segunda-feira, 31 de maio de 2010

Prós e contra da cirurgia bariatrica

Maria Vianna, especial para O Globo Online

RIO - Existem hoje no Brasil cerca de um milhão de obesos mórbidos, e reduzir o estômago pode ser a única opção para quem luta há anos ou mesmo décadas contra o excesso de peso. Chamada de cirurgia bariátrica, a intervenção é feita de várias formas, mas todas têm o mesmo resultado: a perda de até 60% do peso corporal. Mas, embora pareça uma solução milagrosa para quem sempre sofreu com a obesidade, ela é uma cirurgia como outra qualquer, que envolve vários riscos durante e depois da intervenção.

O comerciário Luiz Felipe da Silva Neves, de 36, lutou a vida inteira contra o excesso de peso. Seguiu as mais variadas dietas com acompanhamento médico e tomou remédios para emagrecer, mas os resultados nunca chegaram nem perto de serem satisfatórios. Há três anos, depois de cinco de espera, Luiz reduziu o estômago no Hospital Ipanema, um dos centros médicos do país que oferecem a cirurgia gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

- Minha vida mudou completamente. Antes não pensava no futuro e não tinha prazer em fazer nada. Hoje, faço coisas que nunca imaginei. Estou noivo e vou casar em janeiro, vou à praia, faço caminhadas e até já fui acampar. É como se eu tivesse outra vida - diz Luiz, que emagreceu 103 quilos desde que foi operado.

"A cirurgia bariátrica não é, de forma alguma, uma cirurgia estética. Ela é indicada para a obesidade, que é uma doença (Antonio Augusto Peixoto de Souza, cirurgião)"


O médico Antônio Augusto Peixoto de Souza, coordenador do programa de cirurgia bariátrica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, lembra que a cirurgia não é para qualquer um:

- A cirurgia bariátrica não é, de forma alguma, uma cirurgia estética. Ela é indicada para a obesidade, que é uma doença, e para o combate aos distúrbios associados a ela, como diabetes, doenças cardiovasculares, de circulação e hipertensão - explica o médico.

Riscos existem, mas benefícios ainda superam complicações

A endocrinologista Cristiane Moulin, do Ambulatório de Cirurgia Bariátrica do Hospital das Clínicas de São Paulo, acredita que os benefícios da cirurgia são bem maiores do que os eventuais problemas, como a deficiência nutricional, a perda de cálcio nos ossos e as dificuldades de adaptação ao novo corpo. Mas ela é contra a banalização do procedimento:

- Muitas vezes, o obeso vem procurar a cirurgia com uma motivação estética, e isso atrapalha. A obesidade não tem cura, tem tratamento. A cirurgia é apenas uma parte. O ex-obeso vai precisar de acompanhamento médico por toda a vida - explica.

Os cuidados no pré-operatório são extensos. São, no mínimo , dois meses de exames físicos, consultas com diferentes especialistas, análises psicológicas e participação em grupos de apoio

(Clique aqui para conhecer o Grupo de Recuperação à Auto-Estima e Cidadania do Obeso)

. Tudo para que a pessoa entenda os riscos do procedimento e, o mais importante, o quanto a vida vai mudar depois da cirurgia.

- Esse processo foi muito importante para mim, especialmente as reuniões do grupo de apoio. Acho que por isso é que minha transição foi fácil. Conheço muitas pessoas que tiveram problemas graves, inclusive depressão, porque não estavam preparadas para operar - diz Luiz.

"A avaliação psicológica e o acompanhamento médico são importantes. Problemas como a depressão raramente são causados pela cirurgia, mas a operação pode ampliar sintomas de condições já existentes (Cristiane Moulin, endocrinologista)"


Transtornos psiquiátricos devem ser tratados antes da cirurgia

Cristiane Moulin enfatiza que, na maioria dos casos de depressão e suicídio pós-cirúrgico, os pacientes já tinham um quadro de alteração psiquiátrica.

- É por isso que a avaliação psicológica e o acompanhamento médico são tão importantes. Problemas como a depressão raramente são causados pela cirurgia, mas a operação pode ampliar sintomas de condições já existentes. Costumo perguntar para meus pacientes se eles estão felizes, se recomendariam a cirurgia e se fariam de novo. A resposta é, na maioria esmagadora das vezes, positiva. Apenas uma mulher, em todos meus anos como médica, disse que se arrependeu da cirurgia - explica Cristiane.

A Organização Mundial de Saúde estima que, a cada ano, 300 mil pessoas morram em decorrência de complicações causadas pela obesidade. Nem todo obeso pode passar pela cirurgia. Quem se submete ao procedimento precisa estar dentro de certos parâmetros de índice de massa corporal

(aprenda a calcular seu índice aqui).

Há também os obesos que são operados por profissionais pouco qualificados e precisam, anos depois, passar por outra cirurgia para consertar problemas causados pela primeira. O cirurgião Nilton Kawahara, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), diz que quase 70% dos pacientes operados que não seguem as orientações médicas à risca voltam a ganhar peso:

- De todos os pacientes que nos procuram, 50% deles são para re-operações, na maioria mulheres, que foram submetidos a técnicas incorretas e atualmente voltaram a ser obesos mórbidos. Destes, 25% foram submetidos a métodos inadequados e o restante não seguiu as orientações de dieta, atividade física e apoio psicológico da equipe multidisciplinar - alerta.

Fonte O Globo

Transtorno Alimentar

Compulsão Alimentar

A compulsão alimentar é um transtorno alimentar comum, em que um indivíduo consome regularmente uma grande quantidade de comida de uma vez só, ou «depenica» constantemente, mesmo quando não tem fome ou se sente fisicamente desconfortável por comer tanto. Ao contrário dos bulímicos, quem come compulsivamente não purga depois de comer em excesso, nem pratica com frequência exercício em excesso na tentativa de queimar calorias. A compulsão alimentar pode ocorrer em pessoas de qualquer sexo, raça, idade ou estrato socioeconómico e, como quem sofre do transtorno de compulsão alimentar aumenta com frequência de peso ou se torna clinicamente obeso, torna-se passível de contrair uma grande variedade de doenças. Infelizmente, não há uma cura reconhecida para o transtorno de ingestão compulsiva, mas existe uma variedade de opções de tratamento que podem ser exploradas quando o transtorno é diagnosticado.

Sinais de Compulsão Alimentar


Quem sofre do transtorno de compulsão alimentar consome grandes quantidades de comida de uma só vez ou come constantemente durante um determinado período (por exemplo, durante uma festa de aniversário ou na Consoada) mas não purga ou se liberta da comida depois. O transtorno de compulsão alimentar é habitualmente reconhecido por outros devido aos hábitos alimentares de um indivíduo, tais como:

● Ingerir uma quantidade excessiva de comida, mesmo quando não tem fome;

● Comer até se sentir desconfortavelmente cheio ou mesmo agoniado;

● Esconder hábitos alimentares devido a vergonha ou embaraço;

● Esconder comida para episódios de voracidade;

● Esconder embalagens vazias ou caixas de alimentos e gerar lixo em excesso;

● «Depenicar» ou comer constantemente enquanto houver comida disponível;

● Comer quando está sob pressão ou se sente psicologicamente diminuído/a;

● Sentir-se subjugado/a, envergonhado/a e/ou culpado/a durante e/ou depois de um episódio de voracidade;

● Exprimir repugnância em relação a hábitos alimentares, peso, corpo ou aparência;

● Expressar descontentamento com a aparência, peso ou auto-estima.

Diagnóstico de Compulsão Alimentar


O transtorno de compulsão alimentar deve ser diagnosticado por um profissional qualificado, de acordo com os critérios de saúde mental reconhecidos. Estes critérios de diagnóstico incluem episódios cíclicos de alimentação em excesso e sensação de perda de controlo durante os episódios, bem como episódios de compulsão alimentar com pelo menos três das seguintes características: comer depressa, comer até atingir mal-estar físico, comer quando não se tem fome, comer sozinho ou ter sentimentos de vergonha e culpa em relação à alimentação. Outros critérios incluem expressão de ansiedade ou angústia em relação à ingestão compulsiva, episódios de voracidade que ocorrem pelo menos duas vezes por semana durante um período mínimo de seis meses e compulsão alimentar sem recurso posterior a um método de purga (vómito auto-induzido, exercício excessivo, etc).

Obter Ajuda e Tratamento


Não há uma cura reconhecida para o transtorno de ingestão compulsiva. Posto isto, há uma variedade de opções de tratamento que podem ser combinadas de acordo com as necessidades específicas do paciente. As opções de tratamento para o transtorno de compulsão alimentar incluem aconselhamento/terapia, aconselhamento ou terapia familiar, terapia cognitivo-comportamental (para alterar os comportamentos alimentares), frequência de grupos de apoio ou terapia de grupo e aconselhamento e planeamento nutricional.

Habitualmente, não são usados medicamentos para tratar o transtorno de ingestão compulsiva, apesar de poderem ser usados supressores de apetite com controlo médico e alguns medicamentos, como anti-depressivos, para o tratamento de condições associadas.

O transtorno de compulsão alimentar é um transtorno alimentar comum, embora muitas vezes mal compreendido. Qualquer informação adicional sobre o transtorno de compulsão alimentar deve ser procurada junto de um médico, um especialista em transtornos alimentares ou outros terapeutas relacionados com este tipo de condição de saúde.

sábado, 29 de maio de 2010

Meu Cardápio

Café da Manhã

1 copo (200ml) leite desnatado c/ café

2 bolacha agua-sal

Lanche

1 fruta

Almoço

4 (colheres de sopa) de arroz

1 concha de feijão

1 carne

4 ( colheres de sopa de legumes)
Salada a vontade

Lanche da tarde

1 Danone desnatado 200ml

1 fruta

Jantar pode se repetir o almoço

  • Cada refeições leva 30 minutos para terminar.
  • A mastigação é essencial, quanto mais pastoso o alimento melhor para ser engolido.
  • No começo tudo parece muito fora da realidade,depois tudo se torna cada vez melhor.
  • Comer no prato de sobremesa.
  • Tomar liquido 1 hora antes ou 30 minutos depois da refeição.

motivos sérios para perder a barriga



Conheça razões, muito além da estética, para dar adeus à gordura que se instala no ventre e as medidas essenciais para eliminá-la de uma vez por todas

por DIOGO SPONCHIATO, com reportagem de THEO RUPRECHT
design EDER REDDE

O abdômen avantajado se tornou o símbolo do que muitos cientistas e profissionais de saúde acreditam ser um dos males mais proeminentes do século 21: a síndrome metabólica, uma conjugação de problemas que, além da dura barriga de chope, engloba o colesterol alto, a hipertensão e o diabete. A famosa pança, no entanto, é apenas a ponta do iceberg. A gordura que estufa o ventre e se esconde entre órgãos como fígado e intestino é capaz de fazer naufragar o organismo. Chamada de visceral, é como se ela se depositasse no lugar errado, diz a endocrinologista Maria Teresa Zanella, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Sob aqueles pneuzinhos que teimam em escapar da calça e que não são, atenção, formados de gordura visceral em si pode se esconder essa ameaça. Daí a associação entre as medidas e a gordureba entre as vísceras. Mas dá para enxugar a cintura e exterminar o perigo. Com a ajuda de um time de especialistas, SAÚDE! explica por que é preciso dar um fim à barriga e mostra as estratégias mais certeiras para desinflá-la. Veja a seguir.

ELA CAUSA DIABETE
Diferentemente de muita gente barriguda até os magros podem ser barrigudos, lembre-se disso , as células que estocam gordura na região abdominal não costumam ser sedentárias. São mais ativas do que se imagina. Nessa região, elas vivem fabricando substâncias que destrambelham algumas funções do organismo. Além disso, sua gordura tem a capacidade de migrar e fixar moradia em locais como o fígado. Ali, está por trás de alterações que deixam essa glândula confusa, deflagrando uma produção excessiva de glicose. Para suprir a necessidade de insulina, o hormônio que bota todo esse açúcar para dentro das células, entra em cena o pâncreas, que enlouquece na tentativa de atender à enorme demanda. Mas essa gordura estocada no ventre também promove a liberação de muitos ácidos graxos livres, explica o endocrinologista Marcos Tambascia, daUniversidade Estadual de Campinas, no interior paulista. E eles, por sua vez, impedem a ação correta da insulina, completa. Daí, como a substância não consegue cumprir sua missão, sobra açúcar e abrem-se as portas ao diabete tipo 2.

FAVORECE A HIPERTENSÃO
O corpo que exibe uma barriga saliente fica refém de um verdadeiro efeito dominó. Para dar cabo de tanta glicose correndo pelas veias conseqüência número 1 da cintura larga , o organismo intensifica cada vez mais a produção de insulina, até não dar mais conta do recado. A elevação dos níveis desse hormônio acarreta um aumento da atividade do sistema nervoso simpático, que ordena uma maior contração dos vasos sangüíneos, explica Maria Teresa. Sem contar que os rins passam a reabsorver mais sódio. O resultado desse combinado: a pressão vai às alturas.

AUMENTA O RISCO DE INFARTO E DERRAME
As células gordurosas localizadas na barriga produzem substâncias inflamatórias relacionadas a doenças cardiovasculares, afirma o cardiologista Heno Lopes, do Instituto do Coração, em São Paulo. Nas pessoas com cintura farta, há geralmente gordura em demasia na circulação. Nesse cenário, predominam moléculas de LDL, o colesterol ruim. Elas podem se alojar na parede de um vaso, disparando um processo inflamatório. Em meio a essa reação, forma-se uma placa que fechará a assagem do sangue e essa é a origem dos infartos e derrames.

INFLUENCIA O ALZHEIMER
A constatação é recente e, por isso, ainda não se sabe ao certo o mecanismo que conecta a gordura visceral à maior prevalência da doença que apaga a memória. Um estudo do Centro de Pesquisa Kaiser Permanente, nos Estados Unidos, sugere que indivíduos com barriga e outro fator envolvido na síndrome metabólica correm um risco três vezes maior de desenvolverAlzheimer. O vilão pode ser um mal que é pura conseqüência do excesso de banha no abdômen, o diabete. O aumento dos níveis de glicose danifica os neurônios, justifica o neurologista Cícero Galli Coimbra, da Unifesp.

PREJUDICA O FÍGADO
A gordura que está debaixo da parede abdominal pode passear entre os órgãos e, num belo dia, fixar residência no fígado. Ela consegue se depositar dentro das células dessa glândula, os hepatócitos, conta a médica Edna Strauss, da Universidade de São Paulo. Quando mais de 10% delas estão obesas, por assim dizer, instala-se a esteatose hepática, caracterizada por inflamações que, com o tempo, provocam a morte dos tais hepatócitos e podem até mesmo levar o fígado à falência.

CONTRIBUI PARA A DISFUNÇÃO ERÉTIL
A notícia é de assustar qualquer homem, sobretudo os que têm mais de 40 anos e cultivam uma barriga saltada. A gordura visceral, associada a altos níveis de colesterol e triglicérides, patrocina a perda da ereção e do apetite sexual. Quem tem síndrome metabólica está mais sujeito às baixas de testosterona, alerta o médico Carlos Da Ros, da Sociedade Brasileira de Urologia. Não à toa. É que, nesse pessoal, os testículos passam a produzir uma menor quantidade do hormônio masculino, que é essencial à ereção.

Antes de afetar o desempenho do homem durante a relação sexual, a queda dos níveis de testosterona rouba a sua própria libido. A síntese do hormônio tende a cair com a idade, mas nunca cessa por completo. Dosagens mínimas, porém, achatadas pela gordura da barriga, podem esfriar o apetite sexual.

ESTÁ LIGADA À DEPRESSÃO
E isso vai além da insatisfação com o próprio corpo. As alterações napressão e nas taxas de açúcar que acompanham os barrigudos favorecem quadros depressivos. A bagunça armada no corpo e mesmo certas medidas para controlá-la interferem na atividade cerebral. Quando se mexem nos níveis de colesterol, pode-se prejudicar a síntese de neurotransmissores por trás da sensação de bem-estar, exemplifica Alexandrina Meleiro, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo. Ou seja, tudo colabora para a tristeza sem fim.

PROVOCA DORES NAS COSTAS
Aquela gordura extra acima da cintura modifica o centro de gravidade corporal, obrigando a coluna a se contorcer para não perder o equilíbrio. Assim, surgem as dores constantes, inclusive musculares. Sem contar que a pança pesa e todo quilo a mais, não importa onde esteja, sobrecarrega as costas. Isso pode ser um fator de risco para a hérnia de disco, diz o ortopedista Arnaldo José Hernandez, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, em São Paulo.

DETONA OS JOELHOS
A postura que o barrigudo quase que fatalmente adota para compensar o peso concentrado na barriga acaba com essas juntas. A pélvis, localizada na cintura, vive mal encaixada. Isso faz com que o joelho se desgaste ao trabalhar em dobro, descreve Arnaldo José Hernandez. Daí a predisposição para fraturas por estresse, que ocorrem quando realizamos movimentos errados com freqüência. De quebra, esse tipo de sobrecarga pode gerar uma inflamação nas articulações, a artrite, e desestabilizar uma peça fundamental para o joelho se mexer, o tendão que liga a patela, o seu osso, à tíbia, o osso da canela.

Emagrecimento depende de atitude

Quem domina, você ou a comida?

Qual a melhor dieta para emagrecer e continuar magro? Essa é uma pergunta muito freqüente. Há quem responda que é a pobre em carboidratos, outros dizem que é aquela com pouca gordura e outros ainda (e eu me coloco entre estes) defendem que é a equilibrada. Sem falar naquelas excêntricas que surgem a toda hora, como a da Lua, do tipo sangüíneo, de Beverly Hills etc. A meu ver, mais importante que o tipo de regime é a postura que a pessoa tem diante do alimento. Para um bom resultado quanto ao peso final (o que significa mantê-lo pelo resto da vida), é necessário controlar o que se põe no prato. Explicando melhor: por uma série de motivos (químicos, hormonais e psíquicos), pessoas com excesso de peso tendem a ser dominadas pela comida. Se elas reparam no que ingerem, emagrecem e mantêm o novo peso. Prova disso é que o simples fato de anotar os itens do cardápio, como costumo recomendar, leva ao emagrecimento. Então, preste atenção no que você come e coma de tudo!

Alfredo Halpern, médico endocrinologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, é autor do livro Dieta dos Pontos, lançado por SAÚDE! Vá atrás do seu exemplar!

Não tem jeito. Quando uma situação aperta, a gente logo apela para as promessas. E com dieta não é diferente. Quem é que nunca jurou que ia permanecer longe daquela caixa de bombons que está dando sopa no armário de casa? Aacontece que prometer é fácil. Já cumprir... Aaí é outra história! Listamos as principais promessas que surgem quando o assunto é se livrar dos quilinhos extras e as armadilhas que nos fazem desistir de cada uma delas. Ccom um ajuste aqui e outro ali dá, sim, para ser uma mulher de palavra. E o melhor: curtir o ano de 2010 com um corpo pra lá de bonito!

"Vou seguir uma dieta mais regrada. Para isso, não vou pular refeições!"

Juramento bastante comum! Aafinal, uma das principais recomendações dos especialistas para quem está em guerra contra a balança é fracionar as refeições. Oo ideal é se alimentar em pequenas porções, cinco ou seis vezes por dia. "Esse hábito evita que se chegue à próxima refeição com muita fome, pois é aí que ocorre boa parte dos exageros", alerta a psicóloga Rrejane Sbrissa (SP), especializada em transtornos alimentares. Tudo bem, a gente sabe. Você vive um dia a dia superatribulado e tem vezes que não dá para seguir à risca essa promessa. "Não permita que a correria seja uma desculpa para longos períodos de jejum. Deixe lanchinhos semiprontos na geladeira, recheie sua bolsa e a gaveta do escritório com alimentos práticos, como barrinha de cereal e biscoitinhos integrais ou faça uma reserva daquelas sopinhas instantâneas com baixa caloria", sugere Rrejane.

"A cervejada com os amigos está suspensa até eu entrar naquele vestido!"

Reuniões com os amigos, na maioria das vezes, sugerem uma cerveja geladinha, principalmente no verão. Aacontece que a bebida é famosa por resultar naquela indesejável gordurinha abdominal. "grande problema é que quem bebe cerveja geralmente bebe muito. Então, tento fazer que meus pacientes evitem o primeiro gole mesmo, o que nem sempre é possível", comenta a nutricionista Vanessa Franzen Leite (RS), especialista em psicologia do emagrecimento. Uma boa tática é só se liberar para esse deleite uma vezinha ao mês e, ainda assim, com muita moderação. "Intercalar um copo de cerveja e um copo de água ajuda a consumir menos bebida alcoólica", afirma. E de nada adianta se controlar o mês todo e extravasar na primeira oportunidade. Um estudo recente da Sociedade Européia de Ccardiologia apontou que quem bebe muita cerveja de uma só vez está mais propenso a desenvolver a tal barriguinha. E aí, tchau, tchau, biquíni!

"A partir de agora, nada de doces!"

Está aí uma das primeiras promessas que surgem quando aquela calça jeans que a gente adora começa a dar certo trabalho para vestir o corpo. Aapontados como inimigos número um da boa forma, os doces geralmente inauguram a listinha negra dos itens proibidos pelas dietas. Mmas será que dá para passar muito tempo sem eles? "Aas pessoas que prometem isso são justamente as que não têm autocontrole na ingestão de doces", comenta Cynthia Aantonaccio, nutricionista da Equilibrium Cconsultoria (SP). Aaí, já viu: não demora muito para a vontade se tornar incontrolável e, em um surto, comermos de uma só vez todas as guloseimas que foram evitadas por uma semana. Oo que fazer, então? Ppara começar, é importante não comprá-las. Aafinal, saber que o armário está recheado com elas sempre representará uma tentação difícil de ser evitada. Oo segundo passo é desvincular o papel dos doces como sendo uma necessidade. "Deixe a degustação de uma sobremesa para um momento especial. E quando essa ocasião chegar, coma porções mínimas, apenas para saciar seu desejo", completa Ccynthia. Entendido? Nada de gula, garota!

"Enquanto não perder esses quilinhos indesejáveis vou abandonar o chocolate... Pelo menos até a TPM!"

Essa é a promessa-chave das chocólatras de plantão. No começo, até dá para levar, mas basta que a tensão pré-menstrual se aproxime para a vontade se tornar um desejo... avassalador! "oscilações hormonais comuns nessa fase mexem com o nosso humor. Muitas mulheres recorrem ao chocolate para se sentirem melhor", afirma Cynthia. "Proibir o chocolate só faz aumentar o desejo de consumi-lo. Ppor isso, a palavra de ordem é controle. Aa melhor opção é o chocolate amargo, que contém mais cacau, menos gordura e açúcar", fala Vanessa. Mas se você gosta do chocolate ao leite, tudo bem. Um bombom pequeno tem em média 130 calorias. Dá para se render a esse prazer uma vez na semana se o restante da alimentação for bem equilibrada.

"As massas em geral estão proibidas, mas lasanha light pode!"

Como costumam ser mais pesadas, as massas também devem entrar no cardápio com moderação. É a mesma ideia do doce: use-a para dias especiais. Ppode até ser sua disciplina na dieta. Esse tipo de recompensa, se pautada pelo bom-senso, é muito bem-vinda. "Aacontece que a massa convencional não sacia por muito tempo. Ppor isso, as versões light são uma boa pedida. Aalém de mais leves, elas vêm com brócoli, frango, molhos sem tanto creme de leite... Isso as torna mais nutritivas" afirma Cynthia.

"As frituras não entram mais no meu prato!"

Eis aí outra inimiga do emagrecimento. Aa explicação para isso é muito simples: esse tipo de alimento é mais rico em gorduras, uma vez que é feito em óleo. Mas, verdade seja dita, quem é que consegue resistir a essas delícias, em uma festinha de criança, por exemplo? É risole, coxinha, quibe, pastelzinho... Tudo tão cheiroso! "O truque é não ir para esses eventos morrendo de fome. Senão, não tem jeito, a gente se esbalda nos salgadinhos mesmo", sugere a nutricionista Cynthia Antonaccio. Então, já sabe: antes da festa, prepare uma saladinha, um sanduba natural, uma omelete nutritiva. Aalgo prático e leve, que vá segurar o seu apetite. "Aassim fica mais fácil deter a vontade. Mas, se for uma situação isolada, que acontece vez ou outra, você até pode provar uns três salgadinhos pequenos, sem morrer de culpa", libera a especialista.

"Quando estiver com fome, vou tentar tapear o estômago com um copão de água!"

Segundo os especialistas, algumas pessoas podem mesmo confundir as sensações de sede e fome. Ppor isso, vale a tentativa. Aalém do mais, hidratar-se é muito bom: melhora o aspecto da pele, favorece o trânsito intestinal, combate o inchaço e ajuda a eliminar toxinas. Só não vale achar que vai viver de fotossíntese, apenas com luz e água. "Se você realmente estiver com fome, a água não vai saciar. Mas essa promessa vale para outro caso. Estamos condicionados a ligar as pausas do dia a um petisco. É como um respiro, uma fonte de prazer e descanso. Se em vez de comer você beber algo durante essas paradas, pode economizar preciosas calorias. E nem precisa ser apenas água. Valem águas saborizadas, chás e outras bebidas de baixa caloria", recomenda Cynthia.

"Não vou mais beber refrigerante!"

Não precisa ser nenhum expert em nutrição para saber que o refrigerante é o que se chama de caloria vazia. Isso porque, apesar do teor calórico, ele não oferece nenhum nutriente ao organismo. Aacontece que a bebida é gostosa e muita gente sofre um bocado para eliminá-la do cardápio. Ppior ainda quando chegam festas e encontros com os amigos: ocasiões em que ela é quase que uma presença obrigatória. "Quem sente muita falta do refrigerante pode, vez ou outra, consumir as versões sem calorias, que não trazem tanto problema para a dieta", diz a nutricionista Vanessa Franzen Leite. No entanto, vale ressaltar outra questão: mesmo essa versão é rica em corantes, que além de serem químicos, mancham os dentes. Que tal então adaptar a "receita" para algo mais natural? "Experimente substituir o refrigerante por limão espremido na água com gás. Use adoçante, se quiser", ensina. Fica uma delícia e você não precisa abrir mão das agradáveis e refrescantes borbulhas de gás. Elas dão mesmo um toque especial às bebidas.

"Cinema agora, só se for sem pipoca!"

Curtir um bom filme é o tipo de programa que agrada a todo mundo. Oo problema é que está cada vez mais difícil pensar em cinema sem outros dois acompanhamentos: balde de pipoca + copão de refrigerante. E essa dupla não é moleza: haja caloria! Só para se ter uma ideia, a pipoca grande vendida nos cinemas (aquela que vem cheiaaa de manteiga) pode somar até 700 calorias. Aassustada? Oo jeito é maneirar na dose. "Dois punhados de pipoca simples e um refrigerante zero estão liberados de vez em quando, pois contabilizam menos de 200 calorias. Você aproveita o momento como manda o roteiro sem sabotar sua dieta", enfatiza Cynthia Antonaccio.

"Não vou comer nada pesado à noite. Saladinha e frutas são suficientes!"

É bem verdade que os carboidratos não são a melhor opção para esse horário. Aafinal, eles são fontes de energia e, à noite, o que não gastamos é acumulado em forma de gordura. "Indico uma porção de proteína magra e uma saladinha, itens que saciam sem pesar demais", comenta Ccynthia. Mas, e quanto às frutas? Bem, vale lembrar que elas também são fonte de carboidrato. Então, se quiser saboreá-las nesse período, escolha as opções menos calóricas e evite ir para a cama logo depois de comer, ok?

Cirurgia Bariátrica não é “receita mágica”?

Cirurgia só é indicada quando o paciente não reage ao tratamento clínico - No Brasil, o número de obesos cresce consideravelmente. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), existem 68 milhões de pessoas com sobrepeso, 15 milhões com obesidade leve e 3 milhões com obesidade mórbida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) identifica como obeso o indivíduo cujo Índice de Massa Corporal (IMC) encontra-se igual ou acima de 30 e obeso mórbido aquele que possui IMC igual ou acima 40.

Paralelo à mudança no perfil epidemiológico da população, cresce a demanda pela cirurgia bariátrica. “Por ano, cerca de 10 mil pacientes são submetidos às diferentes técnicas disponíveis no País”, destaca o vice-presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Dr. Ronaldo Cuenca. O especialista ressalta que é prioritário buscar o tratamento clínico antes de enfrentar a mesa de cirurgia.

A mudança no estilo de vida é imprescindível para quem necessita perder peso de maneira convencional e também, para quem vai se submeter à cirurgia bariátrica. “Vemos hoje que 25% dos pacientes voltam a ganhar peso após 2 anos. Isso porque acharam que a operação era a única providência a ser tomada – o que está longe de ser verdade”, descreve Dr. Cuenca.

Consciência - A partir desses dados, a Amil Brasília decidiu investir no programa “Peso Saudável”, oferecido sem ônus aos usuários da operadora que se enquadram na categoria de obesos mórbidos. Antes de serem encaminhados à cirurgia, eles são assistidos por uma equipe multidisciplinar que conta com endocrinologista, cirurgião, nutricionista, psicólogo e educador físico. “O acompanhamento dura seis meses e contempla atividades educativas e terapêuticas, além do estímulo à prática de exercícios”, destaca a nutricionista Cristiane Curci, coordenadora do programa.

Em 2008 o “Peso Saudável” atendeu 162 pacientes. “Quem passa pelo acompanhamento chega bem preparado ao procedimento, com informações sobre as técnicas cirúrgicas, a fase de recuperação e consciente da importância na mudança de hábitos para o êxito no resultado esperado”, declara a nutricionista. Em alguns houve significativa redução de peso e com resultados tão favoráveis a cirurgia foi descartada e o paciente seguiu o tratamento clínico.

Banalizar a cirurgia bariátrica é um risco sem dimensões. “Já sabemos que o procedimento não é definitivo na cura da obesidade. Além disso, não podemos desprezar os riscos, os efeitos colaterais e a difícil etapa de adaptação pós-cirúrgica”, destaca a endocrinologista Renata Gali. É importante a conscientização de que a cirurgia não é a cura da obesidade mórbida, faz-se necessário toda uma preparação, mudança do estilo de vida e comprometimento para que os resultados sejam mantidos.

Antidepressivos engordam?

O uso de medicamentos para este fim nem sempre está associado ao ganho de peso. Por isso é preciso estar atento a todos os hábitos, principalmente alimentares, para distinguir onde e como solucionar o problema.

A depressão é um dos males mais comuns da vida moderna. Perdas, cobranças, frustrações, dificuldades, necessidade de superação, entre outros motivos, têm levado muitas pessoas a procurar um médico em busca de ajuda para voltar à rotina. Aquelas que passam por um processo depressivo e precisam tomar remédios para tratar o problema se queixam que acabam engordando. Mas, antes de culpar os antidepressivos pelo aumento de peso, é preciso investigar o que há por trás da situação, levar em conta qual o tipo de droga utilizada e até mesmo os hábitos dos pacientes durante o tratamento.

Ocorrem casos em que uma coisa não tem nada a ver com a outra. A balança pode estar subindo porque a pessoa depressiva fica retraída, pára mais tempo em casa, sem fazer nada e com grande oferta de alimentos e compulsão por comida. "Há casos de pessoas que apresentam esses sintomas e o antidepressivo, então, ajuda na perda de peso. Além disso, várias drogas são usadas por poucos meses como coadjuvantes em alguns casos de obesidade, especialmente os compulsivos", afirma Adriano Segal, psiquiatra do Hospital das Clínicas e do Departamento de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Associa ção Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), em São Paulo.

A endocrinologista Márcia Jablonka Kelman, da Clínica Biodiet, de São Paulo, afirma que diversos fatores podem estar associados ao excesso de peso em um processo de depressão. O que significa que os remédios não são os únicos vilões nesse caso. Ela explica que pessoas deprimidas e ansiosas costumam comer muito, dormir mal e ter mais fome à noite. "Já está comprovado na Medicina que a obesidade é ligada aos casos de distúrbios do sono, inclusive predispondo o paciente ao ganho de peso, pior qualidade de vida, menos disposição para exercitar-se e irritação", diz.

Nem todos os antidepressivos estimulam o apetite. Mas alguns deles certamente criam esse efeito

A endocriologista Márcia Kelman esclarece que existem antidepressivos de diferentes classes. Eles são classifi- cados em: de primeira, segunda e terceira geração. "O que define a escolha, pelo médico, de uma delas é o tipo de patologia psiquiátrica a ser tratada e se está ou não associada a um distúrbio alimentar, como anorexia nervosa, bulimia e obesidade", explica. "Conforme sua ação, terá o efeito de estimular o apetite, ser neutra ou ajudar na perda de peso", complementa.

Efeitos de última geração
Segundo Adriano Segal, os antidepressivos tradicionais, chamados de cíclicos, são os mais comumente associados ao ganho de peso. Entre essas drogas estão a amitriptilina, a clomipramina, a imipramina, a nortriptilina e a maprotilina. Porém, não são apenas esses remédios clássicos que podem levar ao efeito. Os mais recentes também tendem a conduzir ao aumento de peso, de acordo com o médico. "Mas isso não é uma maldição nas famílias de antidepressivos. Pois nem todas as pessoas engordam com eles e nem todo o ganho de peso é clinicamente significativo", endossa.

Em qualquer caso, ele considera importante adequar a alimentação e a atividade física a essa possibilidade de acumular quilos. "Já que, quando o antidepressivo é bem indicado, seu uso é imprescindível e insubstituível", diz. Algumas pessoas que tomam fluoxetina queixam-se do aumento de apetite e elevação de peso. Mas os médicos afirmam que é preciso cautela antes de relacionar os dois fatos.

O psiquiatra Adriano Segal esclarece que há pacientes que engordam logo no início, mas é uma minoria, e outros não. Nem a longo prazo. "Isso vale para a maior parte dos antidepressivos da família da fluoxetina, os inibidores específicos de recaptação de serotonina", diz. Segundo Márcia Kelman, essa substância é aliada na luta pela manutenção do peso em pacientes comedores compulsivos.

Não ganhe peso nessa fase

Veja abaixo algumas dicas para quem tende a engordar quando toma medicamento antidepressivo:

converse abertamente com o médico que prescreveu o remédio. Diga, com todas as letras, que está engordando, e, se esse for o caso, veja com ele a possibilidade de mudar o medicamento;
não deixe de ir às consultas de retorno, para que ele confira a sua evolução clínica, se os efeitos colaterais estão aparecendo de modo proporcional ou não e se o peso está adequado;
procure praticar exercícios físicos porque eles liberam endorfina, substância que tem uma ação antidepressiva natural no cérebro, fornecendo sensação de bem-estar. Uma simples caminhada já tem um efeito benéfico;
mantenha uma dieta equilibrada, apostando mais em frutas, verduras e legumes e deixando de lado os doces e guloseimas em geral;
nunca se automedique, usando, por exemplo, um remédio para emagrecer por conta própria;
não interrompa o tratamento sem a autorização do especialista.

Tudo a Ver - Cirurgia Bariátrica

Metabolismo em marcha lenta



Quando o assunto é metabolismo - a forma como o nosso corpo aproveita as calorias que vêm dos alimentos para diversos processos bioquímicos -, as mulheres já nascem com uma grande desvantagem. Isso por causa da própria constituição física, que prevê uma proporção maior de tecido gorduroso em relação aos homens, que possuem mais músculos. Mas, com o tempo, a situação fica ainda pior. A massa magra tende a encolher, dando lugar à temida gordura, e os quilinhos a mais vão se acumulando. Tanto o tamanho quanto o número de fibras musculares diminui. O processo se agrava mesmo a partir dos 30 anos. Para se ter uma idéia, por volta dos 35, a perda de tecido muscular pode chegar a 340 g por ano.

A substituição gradativa de músculos por gorduras tem ainda outro efeito sobre o funcionamento do organismo, o de desacelerar o metabolismo, diminuindo, conseqüentemente, a velocidade do gasto calórico. "Enquanto o músculo é uma usina de gasto de energia, capaz de consumir calorias até quando estamos em repouso, as células de gordura trabalham no sentido contrário, armazenando energia. Então, se há uma diminuição da massa muscular, que vai gradativamente sendo substituída por tecido adiposo, o gasto energético tende a diminuir", explica Ricardo Zanuto, mestre e doutorando em Fisiologia Humana e Biofísica pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), na Capital.

Outros fatores influenciam nesse processo que faz o corpo, lentamente, ir diminuindo sua marcha. Além do próprio envelhecimento celular, a produção dos hormônios sexuais e do crescimento - que influenciam no processo de constituição e manutenção da massa magra - sofre alterações importantes. "Com o avanço da idade e as mudanças hormonais, perdemos tecido muscular e fica muito mais difícil recuperá-lo. Além disso, há uma redução da resposta às catecolaminas, hormônios fundamentais no processo de queima da gordura. A conseqüência é o aumento da massa gorda", esclarece Zanuto.

Segundo os especialistas, a melhor maneira de reagir aos efeitos do tempo é justamente buscando meios de promover um gasto calórico mais elevado, capaz de mandar embora as gordurinhas acumuladas, ajudando, ainda, a recuperar a massa muscular perdida. "À medida que o metabolismo desacelera, no processo natural de envelhecimento, a atividade física vai assumindo um papel cada vez mais importante. Isso porque o peso do exercício, no gasto energético total, será maior", diz o endocrinologista Pedro Saddi, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Os benefícios da prática regular de exercícios podem ser colhidos a qualquer tempo. A musculação é uma das melhores formas de reverter, gradativamente, a proporção entre tecido adiposo e massa magra. Mas o que já sabemos é que qualquer tipo de atividade física - desde que feita com uma certa freqüência e aumentando-se a intensidade gradativamente - é capaz de dar um empurrão e tanto no metabolismo. E, quando ele trabalha num ritmo mais acelerado, a queima de calorias também se torna mais eficiente.

Tão importante quanto adotar uma rotina de exercícios é investir num cardápio balanceado no dia-a-dia. Com o corpo trabalhando contra você - mandando embora os músculos e recepcionando como convidadas de honra as gorduras -, o jeito é adotar uma postura ainda mais disciplinada à mesa. Isso significa fornecer o aporte de energia necessário de acordo com o seu gasto calórico, nem mais, nem menos. Mas não basta preocupar-se apenas com a quantidade. A qualidade do que se coloca no seu prato também é fundamental. O próprio carboidrato, atacado como um vilão nos programas de emagrecimento durante muito tempo, volta a ser reconhecido como um grupo alimentar essencial ao bom funcionamento do organismo. Só com uma quantidade mínima dele é possível garantir que o metabolismo continue funcionando num ritmo contínuo. Ele também fornece combustível para que o corpo realize todas as suas atividades bioquímicas e é imprescindível para a queima de gorduras. "O carboidrato é necessário para que a gordura seja decomposta e metabolizada e, conseqüentemente, o indivíduo emagreça", explica Saddi. Além disso, quando não o consumimos, nos sentimos mais cansados e o rendimento na atividade física diminui.

A partir dos 30 anos, o ritmo natural do nosso corpo vai diminuindo gradativamente. Um dos resultados dessa queda é a facilidade de ganhar peso e acumular gordurinhas. Felizmente, existem maneiras de reverter esse quadro.

Mexa-se!
É impossível, na sua rotina agitada, separar um tempo para a atividade física regular? Pois isso não deve servir de desculpa para adotar um estilo de vida sedentário. Com pequenas mudanças no dia-a-dia, é possível aumentar o seu gasto energético total. Confira!

*Fique em pé dez minutos diariamente em uma hora em que normalmente estaria sentada, e esse empurrão no metabolismo vai evitar que você ganhe 1 kg por ano.

* Desça do ônibus um ponto antes e ande quatro quarteirões até o seu trabalho e no retorno à sua casa, todos os dias. Você vai estimular o seu metabolismo e queimar 40 calorias. Faça isso durante um ano e eliminará até 3 kg.

* Suba dois lances de escadas em vez de tomar o elevador duas vezes por dia. Esse cuidado vai evitar que você ganhe, aproximadamente, 1 kg por ano.

* Dançar a noite inteira também é uma ótima pedida para quem quer perder peso. Aa cada 15 minutos no ritmo da música, cerca de 100 calorias vão embora!

* Leve seu cachorro para passear todos os dias e dê uma voltinha pelo bairro de no mínimo meia hora. Iisso vai evitar que você ganhe dois quilos por ano.

* Pular corda é um excelente exercício para despertar o seu metabolismo e fazê-lo trabalhar com mais ânimo. Aa cada 15 minutos de atividade, 200 calorias são queimadas.

As proteínas também são fundamentais, especialmente porque fornecem matéria-prima para a construção e reparo dos músculos, essencial ao aumento da massa magra. Sem elas, mesmo um treinamento pesado não renderá os resultados esperados. A proteína tem ainda a vantagem de diminuir a velocidade da digestão dos carboidratos, o que resulta num prolongamento da sensação de saciedade e mesmo da ativação metabólica.

As gorduras - até elas! - possuem um papel importantíssimo no proo- cesso de obtenção de mússculos. Parece uma afirmação paradoxal? Para entendê- la, bassta saber que, na falta de um mínimo de gordura no organismo, o corpo passará a usar os músculos como um combustível allterrnativo para adquiirir a energia essencial aos seus processos vitais. Mais um argumento a favor das gorduras é o fato de que, quando associadas aos carboidratos, elas ajudam a estabilizar o nível de glicose no sangue, aumentando a sen- sação de saciedade.

Alguns deslizes, aparentemente inocentes, podem afetar a equação massa muscular x tecido adiposo, tão importante nesse processo. O hábito de pular refeições e passar muito tempo sem comer, por exemplo, pode funcionar como um sabotador do seu programa de emagrecimento. Isso porque, na ausência de um aporte energético - feito por meio das refeições regulares -, o organismo passa a funcionar num ritmo mais lento e começa a fazer reservas maiores, para o caso de uma emergência. "A verdade é que o nosso corpo foi preparado, desde as épocas mais primitivas, para armazenar energia. Isso porque o homem dependia dos frutos que colhia e dos animais que caçava para sobreviver. Ou seja, sua alimentação variava de acordo com as condições do ambiente e as oportunidades de obtenção de comida eram mais ou menos imprevisíveis. Hoje em dia, a oferta de alimentos é maior do que a nossa necessidade de consumi-los. Mas o corpo não sabe disso, e continua obedecendo ao mesmo mecanismo de reserva quando se sente ameaçado", explica o endocrinologista Pedro Saddi.

O resultado é que, ao menor sinal de falta de comida, o organismo trata de desacelerar o meetabolismo e tanto a queima dos depósitos de gordura quanto das calorias se dão de maneira mais lenta. Por isso aquela velha orientação de alimentar-se de três em três horas continua sendo muito válida. Mas é preciso prestar atenção nas quantidades, claro. "Os estudos comprovam que emagrece mais quem come mais vezes por dia" diz o endocrinologista.

O mesmo efeito rebote é provocado pela adoção de dietas restritivas, que prevêem um consumo diário que fica abaixo de 1.000 calorias. Além do mesmo efeito sobre o metabolismo, a falta de nutrientes pode fazer o corpo começar a queimar músculos para se abastecer. No fim das contas, os prejuízos - incluindo os males à saúde - não compensam os ganhos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

http://www.sbcb.org.br/

Cirurgia Bariátrica


As cirurgias bariátricas, independentemente da técnica a ser utilizada, estão indicadas nas situações abaixo relacionadas:

4.1
Em relação à massa corpórea:

4.1.1 IMC > 40, independentemente da presença de comorbidezes.

4.1.2 IMC entre 35 e 40 na presença de comorbidez.

4.1.3 IMC entre 30 e 35 na presença de comorbidez que tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por um médico especialista na respectiva área da doença. Também obrigatória a constatação de “intratabilidade clínica da obesidade” por um(a) Endocrinologista. Recomendação: a equipe cirúrgica e a instituição hospitalar envolvidas devem manter registro de “indicação especial por comorbidez grave” nestes casos, anexando documento emitido por especialista na área respectiva da doença (cópia no prontuário médico e com o cirurgião).

4.2
Em relação à idade:

4.2.1 Abaixo de 16 anos: não há estudos suficientes que corroborem esta indicação, com exceção aos casos de Prader-Wille ou outras síndromes genéticas similares, onde devem ser operados com o consentimento da família disposta ao acompanhamento de longo prazo do paciente. Por outro lado, não há dados seguros também que contra-indiquem os procedimentos ou comprovem haver prejuízos aos pacientes submetidos a cirurgias da obesidade nesta faixa etária. Recomendação: avaliação de riscos pelo cirurgião e respectiva equipe multidisciplinar, registro e documentação detalhada, aprovação expressa dos pais ou responsáveis.

4.2.2 Entre 16 a 18 anos: sempre que houver indicação e consenso entre a família e equipe multidisciplinar.

4.2.3 Entre 18 e 65 anos: sem restrições quanto à idade.

4.2.4 Acima de 65 anos: avaliação individual pela equipe multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de comorbidezes, expectativa de vida, benefícios do emagrecimento. Levar em conta na escolha do procedimento limitações orgânicas da idade, como dismotilidade esofágica e osteoporose. Não há contra-indicação formal em relação a essa faixa etária isoladamente.

4.3
Em relação ao tempo da doença: Apresentar IMC e comorbidezes em faixa de risco há pelo menos 2 anos e ter realizado tratamentos convencionais prévios e ter tido insucesso ou recidiva do peso, através de dados colhidos na história clínica. Essa exigência não se aplica: Em casos de pacientes com IMC maior que 50 e para pacientes com IMC entre 35 a 50 com doenças de evolução progressiva ou risco elevado.



As situações abaixo configuram condições adversas à realização dos atuais procedimentos cirúrgicos para controle da obesidade:
. Risco anestésico classificado como ASA IV.
. Hipertensao portal com varizes esofagogástricas.
. Limitaçao intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado.
. Quadro de transtorno psiquiátrico atual nao controlado, incluindo-se uso de álcool ou drogas ilícitas.

Observação: Quadros psiquiátricos graves, porém sob controle, não contra-indicam os procedimentos.



A equipe multidisciplinar é entendida como um grupo de profissionais de áreas diversas, trabalhando em harmonia de ações e objetivos, visando avaliar, orientar e seguir os pacientes portadores de obesidade mórbida em programas de cirurgia bariátrica, dividindo tarefas com o cirurgião, zelando pela proteção da boa relação médico-paciente e contribuindo na conquista e manutenção dos bons resultados, como também na resolução das situações de complicações ou insucessos.

6.1.1
Componentes obrigatórios: equipe de profissionais habilitados ou com conhecimentos suficientes para o atendimento do paciente obeso mórbido em programas de cirurgias bariátricas, em situação de disponibilidade para atividades ambulatoriais e hospitalares.

6.1.1.1 - Cirurgião bariátrico

6.1.1.2 - Médico(a) clínico: geral, endocrinologista, intensivista, ou cardiologista.

6.1.1.3 - Psiquiatra

6.1.1.4 - Psicólogo(a)

6.1.1.5 - Nutricionista

6.1.2
Componentes associados: profissionais que podem atuar de maneira integrada com os componentes obrigatórios.
6.1.2.1 - Anestesiologista
6.1.2.2 - Endoscopista
6.1.2.3 - Enfermeiro(a)
6.1.2.4 - Fisioterapeuta
6.1.2.5 - Assistente social
6.1.2.6 - Profissional de Educação Física



O
preparo pré-operatório é entendido como um conjunto de condutas e cuidados a fim de se otimizar a segurança e os resultados das cirurgias bariátricas. Abaixo sao considerados os itens específicos a esses procedimentos, admitindo-se já a inclusao prévia dos cuidados de rotina comuns a todos os demais procedimentos em cirurgia do aparelho digestório.

Consultas pré-operatórias: Cirurgião, Clínico(a) ou Cardiologista, Psiquiatra, Psicólogo(a) e Nutricionista.

Informações na Fase Preparatória: recomenda-se que o paciente e seus familiares tenham amplo acesso às informações sobre os riscos, benefícios e opções de técnicas cirúrgicas. Estas informações devem ser fornecidas em consultas detalhadas com a equipe multidisciplinar ou através de reunião preparatória com a equipe responsável.

Exames pré-operatórios (* seletivamente):

-
Laboratoriais:
. Hemograma
. Eletrólitos *
. Gasometria arterial*
. Tipagem sangüínea*
. Coagulograma
. Glicemia
. Perfil lipídico
. Enzimas hepáticas
. Uréia e Creatinina
. Insulinemia*
. Ácido úrico
. Albumina*
. Ácido fólico*
. Vitamina B12*
. Ferro*
. Ferritina*
. TSH
. T4 livre*
. PTH*
. 25 (OH) vitamina D3*
. Cálcio urinário 24 horas*
. Sorologias para hepatite B,C e HIV*
. beta- HCG para mulheres em idade fértil.*
. Outros a critério da equipe responsável.

-
Exames para Avaliação Cardiológica:
. Eletrocardiograma
. Outros a critério do clínico ou cardiologista.

-
Exames para Avaliação Respiratória:
. Radiografia de Tórax
. Outros a critério do clínico ou pneumologista.

-
Exames para Avaliação do Aparelho Digestório:
. Ecografia Abdominal
. Endoscopia Digestiva Alta (com pesquisa de Helicobacter pylori).



A utilização do Consentimento Informado no pré-operatório de cirurgias bariátricas é obrigatória.



As técnicas abaixo relacionadas são atualmente reconhecidas e recomendadas mundialmente, cujos resultados e riscos estão disponíveis em consistentes publicações médicas científicas e experiências multicêntricas. Podem ser realizadas por laparotomia ou laparoscopia. Classificam-se pelo mecanismo de funcionamento:

Cirurgias Restritivas
. Bandagem Gástrica Ajustável
. Gastroplastia Vertical com Bandagem

Cirurgias Mistas
-Predominantemente Malabsortivas:
. Derivaçao Biliopancreática com gastrectomia horizontal, com ou sem preservaçao gástrica distal.
. Derivaçao Biliopancreática com gastrectomia vertical e preservaçao pilórica.

- Predominantemente Restritivas:
. Derivaçoes Gástricas em Y de Roux, com ou sem anel de contençao.


Balões Intragástricos: tem utilização reconhecida como método terapêutico auxiliar para preparo pré-operatório.

Este consenso entende que os demais procedimentos e técnicas cirúrgicas para o controle da obesidade não relacionadas neste documento não apresentam indicação atual de utilização ou se encontram em fase de estudos, sem apresentar até o momento documentação científica consistente que permitam sua realização fora de protocolos de pesquisa devidamente regulamentados pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), em conformidade com a Resolução 196 de 1996 do Conselho Nacional de Saúde ou outra que venha substituí-la ou complementá-la.



Recomendam-se retornos e exames laboratoriais periódicos pós-operatórios de acordo com as rotinas estabelecidas pela equipe responsável.

O cirurgião e a equipe multidisciplinar, o paciente e/ou seus responsáveis, os familiares e as fontes pagadoras públicas e privadas devem se assegurar de condições para seguimento pós-operatório adequado, com consultas regulares programadas de acordo com cada tipo de cirurgia e rotina do serviço.

Comorbidezes devem ser acompanhadas de maneira própria, quando necessária, junto aos respectivos especialistas.



Esse consenso reconhece as cirurgias plásticas realizadas após as cirurgias bariátricas como cirurgias reparadoras.

As cirurgias plásticas realizadas concomitantemente com cirurgias bariátricas potencialmente contaminadas não são recomendadas.



Para utilização em pacientes portadores de obesidade mórbida:
-Camas hospitalares
-Balança
-Aparelho de anestesia regulável para ciclagem de grandes volumes e baixa pressão.
-Respirador a volume, disponível em terapia intensiva.
-Aparelho de monitorização de pressão arterial não invasiva.




Calculadora de calorias | REVISTA BOA FORMA

Calculadora de calorias | REVISTA BOA FORMA

quinta-feira, 27 de maio de 2010

REEDUCAÇÃO ALIMENTAR


Dietas malucas só fazem as pessoas perderem nutrientes e depois engordar tudo o que eliminou.
A Reeducação alimentar faz com que a pessoa venham aprender a comer de modo correto e a eliminar peso sem prejudicar a saúde.
Nunca siga dietas "ideais", aquelas que geralmente aparecem nas revistas voltadas para o publico feminino; procure sempre a ajuda de um nutricionista.