A depressão é um dos males mais comuns da vida moderna. Perdas, cobranças, frustrações, dificuldades, necessidade de superação, entre outros motivos, têm levado muitas pessoas a procurar um médico em busca de ajuda para voltar à rotina. Aquelas que passam por um processo depressivo e precisam tomar remédios para tratar o problema se queixam que acabam engordando. Mas, antes de culpar os antidepressivos pelo aumento de peso, é preciso investigar o que há por trás da situação, levar em conta qual o tipo de droga utilizada e até mesmo os hábitos dos pacientes durante o tratamento.
Ocorrem casos em que uma coisa não tem nada a ver com a outra. A balança pode estar subindo porque a pessoa depressiva fica retraída, pára mais tempo em casa, sem fazer nada e com grande oferta de alimentos e compulsão por comida. "Há casos de pessoas que apresentam esses sintomas e o antidepressivo, então, ajuda na perda de peso. Além disso, várias drogas são usadas por poucos meses como coadjuvantes em alguns casos de obesidade, especialmente os compulsivos", afirma Adriano Segal, psiquiatra do Hospital das Clínicas e do Departamento de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Associa ção Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), em São Paulo.
A endocrinologista Márcia Jablonka Kelman, da Clínica Biodiet, de São Paulo, afirma que diversos fatores podem estar associados ao excesso de peso em um processo de depressão. O que significa que os remédios não são os únicos vilões nesse caso. Ela explica que pessoas deprimidas e ansiosas costumam comer muito, dormir mal e ter mais fome à noite. "Já está comprovado na Medicina que a obesidade é ligada aos casos de distúrbios do sono, inclusive predispondo o paciente ao ganho de peso, pior qualidade de vida, menos disposição para exercitar-se e irritação", diz.
Nem todos os antidepressivos estimulam o apetite. Mas alguns deles certamente criam esse efeito
A endocriologista Márcia Kelman esclarece que existem antidepressivos de diferentes classes. Eles são classifi- cados em: de primeira, segunda e terceira geração. "O que define a escolha, pelo médico, de uma delas é o tipo de patologia psiquiátrica a ser tratada e se está ou não associada a um distúrbio alimentar, como anorexia nervosa, bulimia e obesidade", explica. "Conforme sua ação, terá o efeito de estimular o apetite, ser neutra ou ajudar na perda de peso", complementa.
Em qualquer caso, ele considera importante adequar a alimentação e a atividade física a essa possibilidade de acumular quilos. "Já que, quando o antidepressivo é bem indicado, seu uso é imprescindível e insubstituível", diz. Algumas pessoas que tomam fluoxetina queixam-se do aumento de apetite e elevação de peso. Mas os médicos afirmam que é preciso cautela antes de relacionar os dois fatos.
O psiquiatra Adriano Segal esclarece que há pacientes que engordam logo no início, mas é uma minoria, e outros não. Nem a longo prazo. "Isso vale para a maior parte dos antidepressivos da família da fluoxetina, os inibidores específicos de recaptação de serotonina", diz. Segundo Márcia Kelman, essa substância é aliada na luta pela manutenção do peso em pacientes comedores compulsivos.
Não ganhe peso nessa fase | |||
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