sexta-feira, 25 de junho de 2010

Saúde em Movimento - Médicos alertam para riscos da hipertensão

Saúde em Movimento - Médicos alertam para riscos da hipertensão

Gordura abdominal e diabete

Noventa por cento dos pacientes com diabete do tipo 1 são gordos. E essa gordura concentra-se principalmente no abdômen. Por quê? Basicamente por dois motivos. O primeiro deles está na rapidez com que as células gordurosas se formam e se desfazem, levando a uma elevação dos ácidos graxos na barriga e também no fígado, que funciona como uma "garagem" para essas substâncias. O problema é que, quando o fígado está lotado de ácidos graxos, não sobra espaço para estocar a glicose. E aí esse açúcar vai para a corrente sangüínea — e em grande quantidade.

A segunda razão é a produção de citoquinas pelas mesmas células gordurosas. Elas bloqueiam a ação da insulina, principalmente nos músculos, o que provoca a retenção da glicose no sangue. Ambos os mecanismos desencadeiam o diabetes melito. É por isso que nós, médicos, dizemos que a melhor forma de evitar ou tratar essa doença é emagrecer, em especial no abdômen.

Alfredo Halpern, médico endocrinologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, é autor do livro Dieta dos Pontos

terça-feira, 15 de junho de 2010

A foto mudou minha vida - Matéria completa - pagina=0 | BOA FORMA

A foto mudou minha vida - Matéria completa - pagina=0 | BOA FORMA

A Foto Mudou Minha Vida

Publiquei essa matéria sobre a foto mudou minha vida (Da revista Boa Forma), pois foi exatamente o que aconteceu comigo. Foi através de uma foto, uma não, várias que eu percebi o quanto estava obesa. Lembro até a data comemorativa meu aniversário de 30 anos, apesar de tentar fugir de todas as maneiras dos flashes fui clicada em algumas fotos. Depois desse momento já decidida a mudar minha vida, deixei que me clicka-se sempre. A cada foto claro as dos inicio eram pouquíssima diferença, mas os mês foram passando e os quilos sendo eliminados cada nova foto minha auto-estima foi aumentando. Foto com certeza ajuda como um espelho, para que possamos a perceber os quilos a mais.

Relação Cintura x Quadri

Circunferência da Cintura » com o auxílio de uma fita métrica verifique circunferência a de sua cintura na altura do umbigo. Procure não apertar a fita.
Circunferência do Quadril » com o auxílio de uma fita métrica verifique circunferência a de seu quadril na altura das nádegas. Procure não apertar a fita.

CÁLCULO: Divida o resultado da cintura (cm) pelo resultado do quadril (cm).

RESULTADOS:


Fonte: OMS (1995) e Segundo Consenso Latino Americano de Obesidade (1998).

Gordura TRANS

Entenda, de A a Z, por que a gordura transversa é a pior de todas

(Flávia Mantovani e Iara Biderman)

O nome é esquisito e seus efeitos no organismo ainda estão sendo estudados. Mas já se sabe que há, em vários alimentos, mais um tipo de "gordura do mal", o ácido graxo transverso, mais comumente chamado de gordura trans.

Essa gordura entra na composição de diversos alimentos, do bolo da padaria ao biscoito "água e sal". Seu uso deixa esses produtos mais crocantes, sequinhos, duráveis e apetitosos. Mas, além de aumentar os níveis do "mau" colesterol, a gordura trans também diminui a quantidade do "bom".

A solução seria banir a trans da alimentação, como sugerem os nomes de organizações não-governamentais como a Ban Trans Fat e a Trans Free America? Na vida real, as coisas não funcionam assim. A questão não é abolir, mas tentar reduzir ao máximo o consumo de gordura trans. A dificuldade é saber quais alimentos a contêm e em qual quantidade. Para tentar resolver esse problema, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou que, a partir de 1º de agosto de 2006, as empresas devem especificar nos rótulos o teor de gordura trans de seus produtos.

A: Ácidos graxos
São os principais componentes das gorduras (lipídeos). Quando digeridas, as gorduras fornecem ao organismo energia e ácidos graxos. Estes podem ser do tipo monoinsaturados, poliinsaturados, saturados e trans (gerados, basicamente, no processo industrial de hidrogenação de óleos vegetais mas existentes, em pequena quantidade, em carnes, leite e derivados).

B: Biscoitos
Biscoitos doces e salgados são ricos em gordura hidrogenada e, conseqüentemente, em ácidos graxos trans. Até os populares "água e sal" e "cream cracker", muitos consumidos por quem quer fazer dieta ou ter uma alimentação saudável, são ricos nesse tipo de gordura -mais ainda do que os biscoitos recheados.

C: Câncer
Segundo Glaucia Maria Pastore, professora de bioquímica dos alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), há evidências na literatura científica de que o consumo excessivo de ácidos graxos trans pode estar relacionado a uma maior incidência de câncer de mama.

O endocrinologista Antonio Carlos Lerário, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes, explica que, embora ainda não existam estudos conclusivos, suspeita-se que o ácido graxo trans altere o funcionamento da parede celular, principalmente das artérias (nas quais o colesterol produzido pelas gorduras se deposita), o que pode gerar alterações anormais nas células.

D: Diets e light
Uma das preocupações dos médicos em relação à gordura trans é que ela está oculta em grande parte dos alimentos industrializados e é consumida inadvertidamente. O chocolate diet, por exemplo, é indicado para diabéticos por não conter açúcar, mas pode ter uma quantidade igual ou maior de gordura do que o chocolate convencional. "Ao retirar o açúcar, o chocolate fica com sabor e consistência menos agradáveis. A gordura hidrogenada [que gera ácido graxo trans] melhora esses dois aspectos, por isso pode ser utilizada em vários desses produtos", diz o endocrinologista Antonio Carlos Lerário. Pela legislação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os produtos light são os alimentos com redução mínima de 25% de determinado nutriente ou caloria. Se a redução é na quantidade de gorduras em geral, conseqüentemente conterão menos ácidos graxos trans.

E: Estudos
No Brasil e no mundo, ainda são poucos os trabalhos que especificam a quantidade de ácidos graxos trans presentes nos alimentos. Segundo a nutricionista Vera Lúcia Chiara, professora do Instituto de Nutrição da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), as tabelas nacionais de composição de alimentos não trazem o teor de gorduras trans que eles possuem. "Há tabelas com esses valores nos Estados Unidos, mas elas são antigas. Além disso, a quantidade de trans nos produtos muda de uma região para outra." Chiara analisou o teor de trans em alguns alimentos produzidos no Brasil, como sorvetes, biscoitos e batatas frita.

F: Fast food
A gordura trans é utilizada para preparação de alimentos nas redes de fast food porque, além de ser mais durável, "tem uma estrutura que conserva melhor o alimento e o deixa mais atraente. É por isso que a batata frita fica mais dourada e parece mais crocante do que a feita em casa", diz Artur Cotrim Guimarães, chefe do departamento de prevenção do Hospital Pró Cardíaco. Nos EUA, a organização não-governamental Ban TransFats.com processou a rede McDonald's pelo descumprimento de uma promessa, feita em 2002, de cortar drasticamente a utilização de gordura trans.

G: Grávidas e crianças
De acordo com a nutricionista Vera Lúcia Chiara, uma questão que está sendo muito debatida é se gestantes e crianças devem consumir gordura trans. "Os ácidos graxos trans competem com um tipo de gordura insaturada, o ácido linoleico, que nosso organismo não produz. Isso atrapalha a produção de outras gorduras que são essenciais ao desenvolvimento neurológico do feto e da criança", explica a nutricionista.

H: Hidrogenada
A gordura hidrogenada é produzida, por meio de um processo industrial, a partir de óleos vegetais ricos em ácidos graxos poliinsaturados. "A hidrogenação parcial [reação do óleo com hidrogênio] torna o óleo mais consistente, que passa de líquido a pastoso ou sólido. Esse processo gera ácidos graxos trans", diz o engenheiro químico Homero Souza, gerente de pesquisas e desenvolvimento do grupo Agropalma. A gordura hidrogenada tem larga utilização industrial: entra na composição de bolos, pães, congelados, entre outros produtos.

I: Insaturada e saturada
Os ácidos graxos insaturados são as gorduras mais saudáveis que existem. Eles podem ser divididos em monoinsaturados (cujas maiores fontes são o azeite de oliva, o óleo de canola e o abacate) e poliinsaturados -o ômega 3, presente principalmente nos peixes de água frias, e o ômega 6, encontrado nos óleos vegetais, com exceção dos de coco, cacau e palma (dendê).

Já os ácidos graxos saturados são considerados, ao lado da gordura trans, os mais prejudiciais à saúde. As maiores fontes desse nutriente são os alimentos com gordura animal (como carne, leite e manteiga). Os únicos vegetais que possuem esse nutriente são os óleos de palmeira e de coco.

O consumo elevado de gorduras saturadas aumenta o colesterol total e o LDL (colesterol ruim). De acordo com a nutricionista Liliana Bricarello, as novas diretrizes do National Cholesterol Education Program e da American Heart Association aconselham que a ingestão desse tipo de gordura não ultrapasse 7% do valor calórico diário total.

L: LDL/HDL
Artur Cotrim Guimarães, do Hospital Pró-Cardíaco, do Rio de Janeiro, explica que, no processo de digestão, a gordura se transforma em pequenas partículas e se liga a proteínas, formando lipoproteínas, que podem ser de baixa densidade (LDL, do inglês Low Density Lipoprotein) ou alta densidade (HDL, High Density Lipoprotein). As de baixa densidade aderem às paredes das artérias, gerando mecanismos inflamatórios que aumentam os coágulos e, cumulativamente, formam placas que obstruem as artérias. Ou seja, estão diretamente relacionadas aos problemas cardiovasculares, por isso o LDL é chamado de mau colesterol. O HDL é considerado bom porque as lipoproteínas de alta densidade "ocupam" o espaço das LDL, diminuindo sua quantidade no organismo. Os ácidos graxos trans, além de aumentar a quantidade de LDL, diminuem a de HDL.

M: Margarina
Por ser produzida a partir de óleos vegetais, ricos em ácidos graxos insaturados, já foram consideradas uma melhor opção às gorduras de origem animal (como a manteiga), fontes de ácidos graxos saturados, que produzem o mau colesterol. "Mas hoje, sabemos que o óleo vegetal, ao ser hidrogenado para criar a consistência da margarina, transforma a gordura vegetal em gordura ruim, a trans", diz o endocrinologista Antonio Carlos Lerário. O processo de hidrogenação é a forma mais barata de produzir cremes vegetais (pastosos) a partir dos óleos (líquidos), por isso é o mais utilizado pela indústria.

N: Natural
A maior parte dos ácidos graxos trans é produzida no processo industrial de hidrogenação. Mas esses também existem "na natureza", em alimentos como carne de animais ruminantes, leite e derivados, conta o engenheiro químico Homero Souza. "Porém, a quantidade de ácidos trans nesses alimentos é mínima. Nesses casos, a preocupação é com as gorduras saturadas", diz o endocrinologista Antonio Carlos Lerário.

O: Óleos vegetais
As gorduras de origem vegetal são insaturadas. São a base para a fabricação das gorduras hidrogenadas, mas, em estado líquido, não contêm ácidos graxos trans. Ou seja, o óleo vegetal de uso caseiro ("óleo de cozinha") não contém gordura trans.

P: Preparação caseira
Quando um produto que contém ácidos graxos trans (certas margarinas, por exemplo) é utilizado para a preparação de alimentos em casa, nem a quantidade dessa substância nem a sua ação no organismo são alteradas, diz Glaucia Maria Pastore, da Unicamp.

Q: Quantidade máxima recomendada
Por não ser necessária ao organismo, não há um valor recomendado de gordura trans a ser ingerida -o ideal é consumir o mínimo possível. "Não é como as fibras ou os carboidratos, para os quais há um valor diário recomendado", diz Antonia Aquino, gerente de produtos especiais da Anvisa.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que a ingestão de gordura trans não ultrapasse 1% do valor calórico da dieta. Como cada grama de gordura equivale a nove calorias, um adulto que consome 2.000 calorias diárias não deveria ultrapassar 2 g de gordura trans (o equivalente a menos de 100 g de biscoitos recheados).

R: Rótulo
Atualmente, não adianta procurar no rótulo dos alimentos a quantidade de gordura trans que eles possuem. Somente a partir de 1º de agosto de 2006 as empresas serão obrigadas a especificar, além do teor total de lipídeos e de gorduras saturadas, a quantidade de ácidos graxos trans presentes nos alimentos que fabricam. A determinação foi regulamentada pela RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) número 360, da Anvisa, que entrou em vigor em dezembro de 2003.

Por enquanto, o que é possível fazer é verificar no item "ingredientes" do rótulo se há a indicação "gordura hidrogenada" ou "parcialmente hidrogenada" ou "óleo vegetal hidrogenado" ou "parcialmente hidrogenado". Se houver, é gordura trans na certa.

S: Substitutos
Algumas embalagens de alimentos já trazem, no campo "ingredientes", os dizeres "gordura interesterificada". Isso significa que os ácidos graxos presentes no produto passaram por um processo chamado interesterificação, que solidifica os óleos vegetais sem que esses tenham de ser hidrogenados. "É um processo mais novo do que a hidrogenação. A tendência é que ele comece a ser utilizado com mais freqüência pela necessidade de encontrar uma alternativa à trans", diz Glaucia Pastore, da Unicamp. Segundo ela, a outra saída é usar, durante o processo de hidrogenação, o óleo de palma, que não forma ácidos graxos trans.

T: Transversos
A designação "trans" vem de "transversos". O nome diz respeito à ordem da cadeia de átomos do ácido graxo. Segundo o engenheiro químico Homero Souza, é uma ordem pouco freqüente na natureza e praticamente inexistente em óleos e gorduras vegetais não refinados.

U: Utilidade
A gordura trans faz mal à saúde, mas traz uma série de vantagens para a indústria alimentícia. Por ser sólida, ela é mais fácil de ser utilizada do que o óleo vegetal líquido. Além disso, valoriza o aspecto dos alimentos. Pães e massas folhadas, por exemplo, ganham uma aparência mais dourada. "É um tipo de gordura mais fácil de trabalhar e de estocar, tem menor probabilidade de oxidação e não é tão perecível. Por isso os fabricantes gostam dela", diz a nutricionista Mariana del Bosco Rodrigues, co-responsável pelo departamento de nutrição da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade).

Z: Zero Trans
Nos Estados Unidos, organizações como a Ban Trans Fats e a Trans Free America se mobilizam para que a indústria alimentícia reduza a quantidade de trans nos produtos que fabrica.

No Brasil, algumas indústrias retiraram os ácidos graxos trans de suas margarinas. Becel, Doriana, Claybom, Delicata e Qualy Light são alguns exemplos de produtos sem trans

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NOTA DA SANAVITA
Para a segurança e melhoria da sua saúde, todos os alimentos desenvolvidos pela empresa Sanavita são isentos de Gorduras Trans.

ONDE A GORDURA TRANS ESTÁ ESCONDIDA?

Uma das maiores vilãs da nossa saúde é a gordura trans, responsável por aumentar a quantidade de colesterol “ruim” (LDL) no nosso sangue. O excesso deste tipo de colesterol pode causar a ateriosclerose, uma doença crônica caracterizada pela formação de placas gordurosas que causam obstruções progressivas dos vasos sanguíneos, contribuindo para complicações cardiovasculares mais sérias, como infarto e derrame.

A quantidade de produtos industrializados que contém este tipo de gordura é bem grande. Por isso, você deve estar atento aos rótulos. De acordo com a determinação da Anvisa, os fabricantes só precisarão exibir o teor de gordura trans se ultrapassar 0,2 grama. Isso significa que em muitos produtos ela está “escondida”. A dica para fugir deste tipo de gordura é observar se há gordura vegetal hidrogenada ou margarina os ingredientes.

Para facilitar a sua busca por esta inimiga, confira algumas dicas:

- Algumas gorduras animais, como as do leite e da carne vermelha, têm gordura trans “natural”. O único leite seguro é o desnatado e a carne boa é a magra. Para os derivados de leite, a orientação é a mesma: Procurar os que tenham menor teor de gordura.

- Procure produtos industrializados sem gordura vegetal hidrogenada nos ingredientes. São eles: Biscoitos, chocolates, misturas para bolo, sorvetes, pães de queijo, alguns salgadinhos, pipocas para microondas e bolos prontos.

- Cuidado com os produtos artesanais das padarias e supermercados. Eles não possuem informação nutricional e, geralmente, são feitos com gordura vegetal hidrogenada ou margarina. Pães de fôrma, brioches, croissants, bolos, bisnaguinha, biscoitos, massas folhadas, tortas, amanteigados, empadas, brownies, sorvetes, chantillys, doces recheados, enfim, todas estas delícias de padaria merecem a sua atenção.

- Algumas estrelas das redes de fast food merecem cuidado redobrado: Batatinhas e nuggets ainda são fritos em gordura vegetal hidronegenada e ricos em gordura trans. Cuidado também com salgados de botecos, onde tudo é frito na mesma gordura.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

10 passos para uma alimentação saudável

10
passos para uma alimentação saudável

1) Estabeleça horários para as refeições, distribuindo-as em 5 a 6 refeições por dia.

2) Consuma variados tipos de legumes, verduras e frutas. Use sempre aqueles de coloração intensa, como os verde-escuros e amarelos.

3) Escolha alimentos ricos em fibras: verduras, frutas e legumes, leguminosas (feijões), cereais integrais como arroz, pão e farinhas (aveia, trigo etc.).

4) Evite os alimentos ricos em açúcares, como doces, refrigerantes, chocolates, balas e outras guloseimas.

5) Consuma pouco sal de cozinha. Evite alto teor de sal, temperos prontos e alimentos industrializados. Prefira ervas (salsa, coentro, cebolinha e orégano), especiarias e limão para tornar as refeições mais saborosas.

6) Diminua o consumo de gordura:
- diminua a quantidade de manteiga e margarina que você consome;
- evite frituras e alimentos industrializados que contêm gordura vegetal hidrogenada entre seus ingredientes (leia no rótulo dos alimentos);
- dê preferência para: leite desnatado, queijos brancos (ricota, frescal), carnes magras (frango, peixe) e alimentos preparados com pouco óleo e gordura.

7) Evite fumo e bebidas alcoólicas.

8) Beba água!

9) Mantenha um peso saudável. O ideal é um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18,5 e 24,9. O IMC é calculado da seguinte forma: peso (em Kg) dividido pela altura (em metros) ao quadrado.
IMC = peso / altura 2

10) Tenha uma alimentação saudável e uma atividade física moderada e regular. Assim você terá um peso adequado, que também é importante para o controle do diabetes e da hipertensão.

FONTE: Ministério da Saúde – Plano Nacional de Ação Integral à Hipertensão e Diabetes Mellitus

Tireóide engorda???... Relação entre a tireóide e o peso corporal

Qual a relação entre a tireóide e o peso corporal?
Há muito tempo, sabe-se que existe uma relação complexa entre as doenças da tireóide, o peso corporal e o metabolismo. Os hormônios tireoidianos regulam o metabolismo (gasto de energia) em animais e em humanos. O metabolismo pode ser avaliado, medindo-se o consumo de oxigênio pelo corpo em um determinado período de tempo. Se essa medição for realizada em repouso, esse valor é denominado taxa metabólica basal (TMB). De fato, a medida da TMB foi um dos primeiros testes realizados para avaliar a função tireoidiana de um paciente. Pacientes com glândulas tireóides anormais, com baixa produção de hormônios, apresentavam baixa TMB, e aqueles com tireóides que funcionavam demais e produziam hormônios em excesso apresentavam TMB alta. Estudos posteriores ligaram essas observações com as medidas de T3 e T4 (os hormônios produzidos pela tireóide) e mostraram que baixos níveis desses hormônios associavam-se com TMB reduzida, enquanto níveis altos de T3 e T4 associavam-se com TMB elevada. A maioria dos médicos não utiliza mais a medida da TMB, hoje em dia, devido à complexidade do teste e à influência de muitas outras influências (além dos hormônios tireoidianos) sobre essa medida.

Qual a relação entre a taxa metabólica basal (TMB) e o peso corporal?
Diferenças na TMB estão associadas a mudanças do equilíbrio (balanço) energético. O balanço energético reflete a diferença entre a quantidade de calorias que entram no corpo (fornecidas pela alimentação) e a quantidade de calorias que é gasta pelo organismo em 24 horas. Se esse balanço energético for positivo (ou seja: a pessoa consome mais calorias do que gasta), então o indivíduo ganha peso. Se, por outro lado, o balanço energético for negativo (ou seja: a pessoa gasta mais calorias do que consome), então o paciente perde peso.
Quando um aumento da TMB é obtido – por exemplo, através da administração de anfetaminas a animais, ou do aumento da atividade física – esses animais desenvolvem balanço energético negativo e emagrecem. Baseado nesses dados, muitos pesquisadores concluíram que, se um indivíduo apresenta TMB aumentada devido ao aumento dos níveis de hormônios tireoidianos, esse indivíduo vai desenvolver balanço energético negativo e perder peso.
No entanto, seres humanos são muito mais complicados do que animais de laboratório, e por isso o peso corporal, em humanos, depende de muito mais fatores do que simplesmente a TMB e os níveis de hormônios da tireóide. Quando se aumenta a TMB em humanos usando a exposição ao frio, por exemplo, forçando o corpo a gastar mais energia para produzir calor e manter a temperatura corporal, a perda de peso obtida dessa forma é muito discreta. Por isso, a relação entre as taxas de metabolismo, o balanço energético e o peso é muito complexa. Há muitos outros hormônios (além dos produzidos pela tireóide), proteínas e substâncias químicas que também exercem influência sobre o gasto energético, o apetite e o peso. Uma vez que todas essas substâncias interagem entre si no cérebro e nos demais tecidos, fica muito difícil prever o efeito que a alteração sobre um único fator (como, por exemplo, o hormônio tireoidiano) vai determinar sobre o peso corporal. Dessa forma, atualmente, é praticamente impossível prever, com certeza, o que vai acontecer com o peso de uma pessoa que desenvolve alguma alteração do funcionamento da tireóide.

HIPERTIREOIDISMO

Qual a relação entre o hipertireoidismo e o peso corporal?
Uma vez que o excesso de hormônios da tireóide nos pacientes com hipertireoidismo está associado com um aumento da taxa metabólica basal (TMB), muitos pacientes com essa doença apresentam, de fato, alguma perda de peso. Além do mais, a probabilidade de perder peso se relaciona com a gravidade do hipertireoidismo – quanto mais severa a alteração dos níveis de hormônios tireoidianos (T3 e T4), maior a perda de peso. Como o aumento da TMB nesses pacientes, em geral, é muito intenso, uma boa parte dos pacientes com hipertireoidismo (apesar de apresentar aumento do apetite) não consegue aumentar sua ingesta de alimentos na quantidade suficiente para compensar o aumento da TMB, e por isso, desenvolve balanço energético negativo e perde peso.
Entretanto, como já comentamos antes, os fatores que controlam o apetite, o metabolismo e o grau de atividade física, em humanos, são muito variados e muito complexos, e o hormônio da tireóide é apenas um desses fatores. Assim, existe uma parcela dos pacientes com hipertireoidismo que acabam sofrendo um aumento do apetite (e conseqüente aumento da ingesta calórica) tão grande que acaba compensando ou até mesmo ultrapassando o aumento da TMB induzido pelo excesso de hormônios tireoidianos. Por isso, cerca de 10% dos pacientes com hipertireoidismo não perdem peso, e uma pequena percentagem deles pode até mesmo ganhar peso, dependendo da amplitude do aumento da sua ingestão diária de calorias.

Porque os pacientes ganham peso quando o hipertireoidismo é tratado?
Uma vez que o hipertireoidismo é um estado anormal (uma doença), é razoável prever que qualquer sinal ou sintoma decorrente dessa doença não se mantenha quando a anormalidade (doença) é tratada e corrigida. Por isso, a maioria dos pacientes com hipertireoidismo acaba recuperando, em média, o mesmo peso que perdeu devido à ocorrência do hipertireoidismo, uma vez que este é revertido com o tratamento.
Uma conseqüência dessa observação é o fato de que o hormônio tireoidiano apresenta muito pouca, ou nenhuma, utilidade no tratamento da obesidade. Quando o hormônio tireoidiano (T3 ou T4) é usado para fazer um indivíduo perder peso, o que está acontecendo é que o uso dessa medicação vai aumentar os níveis de hormônio tireoidiano na circulação sangüínea desse indivíduo – e, conseqüentemente, esse paciente vai desenvolver hipertireoidismo, com uma perda de peso semelhante aos de qualquer paciente portador de hipertireoidismo por qualquer outra causa. Entretanto, uma vez que o paciente interrompa o uso do hormônio tireoidiano, todo o peso que ele perdeu durante o uso do medicamento vai ser recuperado. Além disso, o uso de hormônio tireoidiano para emagrecer traz vários riscos à saúde (exatamente da mesma forma que o hipertireoidismo), ou seja, o paciente perde peso mas apresenta todos os sinais e sintomas de hipertireoidismo, com riscos sérios principalmente para os ossos e o coração. Por isso, o uso de hormônio tireoidiano não tem qualquer papel no tratamento da obesidade, e é formalmente contraindicado devido aos riscos inerentes ao seu uso. A única exceção são os pacientes obesos com hipotireoidismo, que têm indicação para o uso de hormônio tireoidiano devido à doença tireoidiana associada, não à obesidade.

Concluindo: hipertireoidismo provoca perda de peso?
A resposta é: SIM – e essa perda de peso pode ser importante, representando mais de 10-15% do peso corporal em alguns casos. Entretanto, cerca de 10% dos pacientes com hipertireoidismo não perdem peso, ou até ganham alguns quilos. Além disso, o peso perdido por causa do hipertireoidismo geralmente é recuperado com o tratamento da doença da tireóide.

HIPOTIREOIDISMO

Qual a relação entre o hipotireoidismo e o ganho de peso?
Uma vez que a taxa metabólica basal (TMB) está diminuída na maioria dos pacientes com hipotireoidismo, imagina-se que os pacientes com baixos níveis de hormônios tireoidianos (T3 e T4) devido a alguma doença da tireóide devam ganhar algum peso. No entanto, o que se observou, na maioria dos estudos, é que a diminuição da TMB em pacientes com hipotireoidismo é muito menos intensa e menos dramática do que o aumento correspondente da TMB que ocorre nos pacientes com a situação contrária (excesso de hormônios tireoidianos e hipertireoidismo). Por isso, as alterações de peso em pacientes com hipotireoidismo são bem menores e mais discretas do que as observadas nos pacientes com hipertireoidismo. A causa do ganho de peso em pacientes com hipotireoidismo também é complexa, e nem sempre está relacionada apenas ao ganho de gordura esperado de indivíduos com baixa TMB. De fato, a maioria do ganho de peso que ocorre em pessoas com hipotireoidismo se deve à retenção de sal e água (inchaço). Em geral, pessoas que desenvolvem hipotireoidismo ganham em torno de 3 a 5 quilogramas de peso devido ao problema de tireóide, sendo a maioria do peso ganho relacionado ao inchaço, e não ao acúmulo de gordura. Isso ocorre porque, embora a TMB seja diminuída nesses pacientes, eles também desenvolvem com freqüência uma diminuição do apetite, levando à redução da ingesta de calorias. Além disso, se o ganho de peso é o único sintoma de um paciente com suspeita de hipotireoidismo, é muito improvável que esse de peso seja devido apenas ao problema de tireóide. Em geral, ganhos de peso maiores acontecem em pacientes com graus mais severos de hipotireoidismo e alterações mais profundas dos níveis de hormônios tireoidianos no sangue, situação em que vários outros sintomas do hipotireoidismo devem estar presentes, mas um ganho de peso maciço (ou seja, acima de 10 Kg de peso ou representando mais de 5-10% do peso corporal) quase raramente ou nunca é devido apenas ao hipotireoidismo.

Que quantidade de peso o paciente com hipotireoidismo perde quando o hipotireoidismo é tratado?
Uma vez que uma boa parte do ganho de peso no hipotireoidismo deve-se ao acúmulo de sal e líquido, a correção do hipotireoidismo através do tratamento com hormônio tireoidiano (T4) deve provocar uma pequena perda de peso (em geral, menor do que 10% do peso corporal), devida principalmente à eliminação desse inchaço. Assim como no tratamento do hipertireoidismo, portanto, a correção da anormalidade hormonal (hipotireoidismo) através da reposição de T4 por via oral deve resultar no retorno do peso corporal ao seu normal (como era antes do aparecimento do hipotireoidismo). No entanto, uma vez que o hipotireoidismo geralmente se desenvolve ao longo de um grande intervalo de tempo, é comum observar que o paciente perde muito pouco (ou nenhum) peso após o tratamento correto do hipotireoidismo e a normalização dos seus exames de função tireoidiana. Se o paciente conseguir resolver todos os seus sintomas de hipotireoidismo com o tratamento mas não perder peso, é muito improvável que o seu excesso de peso seja provocado apenas pela tireóide. Uma vez que o hipotireoidismo tenha sido tratado adequadamente e os exames do paciente tenham retornado ao normal com o uso de hormônio tireoidiano (T4), a capacidade de ganhar ou perder peso do paciente vai ser exatamente a mesma de indivíduos que não apresentam qualquer problema de tireóide.

O hormônio tireoidiano pode ser usado para ajudar a perder peso?
No final do século XIX e início do século XX, o hormônio da tireóide foi, realmente, utilizado para induzir perda de peso, já que não existia nenhum outro medicamento que fosse efetivo para emagrecimento. O uso de hormônio tireoidiano (geralmente em doses altas) provoca, de fato, uma perda de peso muito maior do que aquela que seria obtida apenas com dieta, por exemplo. Entretanto, muitos estudos, desde então, demonstraram que esse tipo de uso para o hormônio tireoidiano está associado com efeitos colaterais sérios e potencialmente fatais. Usar hormônio tireoidiano em pacientes com tireóide normal, apenas para ajudar a perder peso, vai fazer com que essa pessoa desenvolva hipertireoidismo, com todos os sinais e sintomas associados a essa doença. Ou seja: a pessoa que usa hormônio tireoidiano para emagrecer perde peso porque desenvolve uma doença que provoca perda de peso, o hipertireoidismo – o que não é nada saudável, já que tem efeitos sérios e perigosos principalmente sobre o coração (arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca) e os ossos (osteoporose, fraturas). Além disso, o hormônio tireoidiano provoca uma grande perda de massa muscular, além da perda de gordura, que pode fazer com que o paciente desenvolva fraqueza muscular e dificuldade para realizar as tarefas do dia-a-dia. A perda de músculo também diminui a TMB do paciente, que vai engordar com muito mais facilidade, com menor TMB, quando parar de usar hormônio tireoidiano. Observou-se, realmente, que os pacientes recuperavam todo o peso perdido quando interrompiam o uso do hormônio tireoidiano Ou seja: a perda de peso induzida pelo uso desse tipo de medicação é transitória e associada a um grande número de efeitos colaterais potencialmente graves. Por todos esses motivos, o uso de hormônios tireoidianos não é recomendado, e é contra-indicado, para o tratamento da obesidade em pessoas que não possuem doenças da tireóide.

Concluindo: hipotireoidismo provoca ganho de peso?
A resposta é: SIM – mas esse ganho de peso é geralmente discreto (da ordem de 3 a 5Kg), e se deve principalmente ao inchaço, mais do que ao acúmulo de gordura. Portanto, hipotireoidismo pode provocar um pequeno ganho de peso, mas não causa obesidade. Além disso, o tratamento do hipotireoidismo nem sempre se associa a perda de peso.

"Fórmulas" Para Emagrecer

O aumento no numero de pessoas com excesso de peso, observado nas ultimas décadas, se deve a mudanças nos hábitos alimentares e no nível de atividade física da população. Por essa razão, o tratamento da obesidade sempre deve começar com orientações especificas sobre a alimentação e aconselhamento sobre exercícios físicos regulares.
Quando essas mudanças de comportamento não são suficientes, podem ser necessárias outras medidas, tais como o uso de medicamentos ou mesmo a cirurgia de redução de estomago (gastroplastia). Entretanto, muitas vezes, o paciente obeso, no ímpeto de perder muitos quilos de forma rápida e sem muito esforço, recorre ao uso de medicamentos que não seriam os mais indicados ao seu tratamento.
De fato, no Brasil, a venda dos medicamentos "moderadores de apetite" aumentou em cerca de 500% nos últimos cinco anos, de acordo com um relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), um órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). O preocupante é que muitas vezes essas medicações são prescritas sem um programa concomitante de dieta e exercício, e nessa situação os medicamentos, sozinhos, dificilmente são eficazes. Quer dizer: o paciente pode perder vários quilos durante o uso da medicação, mas assim que interromper seu uso, se não tiver melhorado seus hábitos de alimentação e atividade física, ele vai ganhar novamente todo o peso perdido - ou até mais. É o chamado "efeito sanfona".
Um grande perigo para os pacientes obesos é o uso das chamadas "fórmulas" mágicas, ou "coquetéis", para emagrecer. São compostos que associam, numa mesma cápsula, varias substâncias diferentes, geralmente manipuladas em farmácias, com o objetivo de acelerar a perda de peso. O uso dessas "fórmulas" éPROIBIDO no Brasil, conforme normas emitidas pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Ministério da Saúde, mas infelizmente, como a vigilância sanitária não consegue fiscalizar adequadamente a prescrição e uso desses coquetéis, eles continuam sendo utilizados com muita freqüência por médicos inescrupulosos e por pacientes pouco motivados a mudarem seus hábitos de vida. Esses compostos possuem vários efeitos colaterais graves, podendo em algumas situações levar a risco de morte, dependendo da dosagem e da forma que são utilizados. Além disso, podem provocar dependência física e psicológica.

De que são feitas as "fórmulas" para emagrecer?
As "fórmulas" geralmente associam, numa só cápsula, um medicamento inibidor do apetite (em geral, um anorexígeno derivado das anfetaminas, tais como: o femproporex, a anfepramona ou o mazindol), juntamente com um diurético(furosemida) e um ou mais laxantes de origem vegetal (fucus, cáscara sagrada) ou química (fenolftaleína). Algumas vezes podem conter também hormônios tireoidianos (como a tiroxina - T4, a liotironina - T3, ou o acido triiodotiroacético - tiratricol ou Triac) e calmantes (diazepam), bem como várias outras substâncias de efeitos diversos, com o objetivo de aumentar a perda de peso ou diminuir os efeitos colaterais das outras substâncias.

Quais os efeitos colaterais das "fórmulas"?
Quanto mais substâncias químicas uma pessoa ingere, maior a chance de efeitos colaterais sérios. Quando se associam vários compostos com ações diversas numa mesma cápsula, os efeitos podem ser imprevisíveis e até mesmo fatais.

Veja abaixo os principais efeitos colaterais de cada tipo de substância usada nas "fórmulas":

1) Moderadores de apetite (femproporex, anfepramona, dietilpropiona, mazindol) - Podem aumentar a pressão arterial, acelerar os batimentos cardíacos (taquicardia), produzir arritmias cardíacas, causar insônia, boca seca, suor excessivo, agitação, ansiedade e até mesmo delírios e alucinações em algumas pessoas. Em indivíduos que já tenham pressão alta ou problemas cardíacos, podem provocar angina, infarto e morte por parada cardíaca. Os efeitos são mais graves quanto maior a dose e maior o tempo de utilização. Além disso, podem causar dependência se usados por mais de alguns meses. Esses medicamentos são proibidos na maioria dos paises desenvolvidos, mas no Brasil ainda podem ser usados, com receita medica, e tem a vantagem do custo acessível. No entanto, existem varias regulamentações para o seu uso (vide abaixo).

2) Hormônios tireoidianos (liotironina ou T3, tiroxina ou T4, acido triiodotiroacético ou Triac ou tiratricol) - Foram os primeiros medicamentos utilizados para o tratamento da obesidade, no final do século XIX, mas logo foram abandonados porque podem provocar taquicardia, arritmias cardíacas, aumento da pressão arterial, angina, infarto, insônia, agitação, irritabilidade e problemas menstruais quando utilizados em doses altas ou em pessoas que não tenham determinadas doenças da tireóide (Leia mais sobre isso na seção de Hipotireoidismo). Além disso, o uso de hormônios tireoidianos promove perda não só da gordura corporal, mas também do tecido muscular e ósseo, levando a osteoporose (com aumento do risco de fraturas ósseas) e a fraqueza muscular importante e redução da tolerância aos exercícios e da capacidade de trabalho. Seus efeitos colaterais podem ser potencializados pelo uso concomitante de moderadores de apetite (como acontece nas "fórmulas"). Como seus efeitos colaterais são geralmente bem maiores que seus benefícios nessa situação, não há nenhuma justificativa para o seu uso no tratamento da obesidade na ausência de algumas doenças da tireóide.

3) Diuréticos (furosemida, hidroclorotiazida etc.) - Reduzem o peso apenas através da perda de água corporal, sem interferir na quantidade de gordura do corpo. Por alterarem o conteúdo de água do organismo, podem levar a problemas renais graves (insuficiência renal e pedras nos rins), bem como à perda de sais minerais importantes (potássio, sódio, cálcio etc.).

4) Laxantes (fenolftaleína, fucus, sene, cáscara sagrada etc.) - Agem da mesma forma que os diuréticos: diminuem o peso aumentando a perda de água nas evacuações. Podem levar a problemas renais e intestinais diversos. Além disso, o uso de laxantes por tempo prolongado pode fazer com que o intestino fique "dependente" desses medicamentos, e o paciente vai ter muita dificuldade em evacuar sem o uso dos mesmos. Assim como os hormônios tireoidianos, nem os diuréticos nem os laxantes são recomendados para emagrecimento.

4) Calmantes e ansiolíticos (diazepam, clonazepam, lorazepam, bromazepam, fluoxetina) - São colocados nas "fórmulas" apenas para tentar diminuir os efeitos colaterais (insônia, agitação, irritabilidade) produzidos pelos moderadores de apetite e hormônios tireoidianos. Quando usados isoladamente, podem levar a ganho de peso. Quando usados em conjunto com essas outras substâncias, podem levar a interações medicamentosas diversas e efeitos imprevisíveis sobre o sistema nervoso central (delírios, alucinações, paranóia, mania de perseguição, fobias, depressão, surtos psicóticos etc.). Assim como os moderadores de apetite, também podem provocar dependência se usados por tempo prolongado.

5) Compostos "naturais" e ervas diversas (erva-de-são-joão, aloína, quitosana, guaraná, kava-kava, passiflora, gelatina, glucomannan) - Não há estudos sobre o uso dessas substâncias no tratamento da obesidade, portanto não se sabe se são úteis ou não. Além disso, como não há estudos sérios sobre seu uso, também não há conhecimento sobre seus possíveis efeitos colaterais. O mito de que remédios "naturais" não possuem efeitos adversos e totalmente falso. De fato, muitos dos medicamentos e venenos mais potentes conhecidos na atualidade são derivados de substâncias "naturais". Como seus efeitos são desconhecidos, não podem ser recomendados para o tratamento da obesidade, e deve-se ter muita cautela com seu uso, uma vez que pode haver efeitos colaterais ainda ignorados.

As "fórmulas" para emagrecer funcionam?
Em curto prazo, o uso de "fórmulas" produz perda de peso. Alguns tipos de "fórmulas" podem levar a perdas de mais de 10 quilos por mês no inicio do uso. No entanto, a maioria dos pacientes não suporta os efeitos adversos potencialmente graves desses compostos e acaba utilizando-os por poucas semanas. Se o paciente não tiver mudado seus hábitos nesse intervalo, ele fatalmente recuperara todo o peso perdido (ou mais) dentro de poucos meses. Portanto, as "fórmulas" não funcionam em longo prazo. Para algumas pessoas, as "fórmulas" acabam sendo "remédios que engordam", pois um indivíduo pode perder 8 quilos durante o uso das drogas e ganhar 12 quilos depois que parar seu uso - no final das contas, um ganho de 4 quilos.
Além disso, as pessoas que conseguem fazer uso desses "coquetéis" por mais tempo correm um risco alto de desenvolver dependência física e psicológica (provocada pelos moderadores de apetite e calmantes). Nesse caso, a interrupção da "fórmula" vai causar perturbações serias, como depressão, ansiedade, sonolência excessiva, cansaço, desanimo, mal-estar, inchaço, obstinação intestinal, hipotireoidismo e até mesmo tentativas de suicídio.
Vale ressaltar que uma perda de peso saudável e aquela que reduz a quantidade de gordura corporal e melhora a saúde geral do individuo. No caso das "fórmulas", não é isso o que acontece, pois a pessoa perde não só gordura como também músculos, massa óssea e água corporal, além de poder apresentar varias complicações de ordem mental e física e correr um enorme risco de ganhar peso novamente após interrupção do seu uso.

Quais são as leis que regulamentam o uso de remédios para emagrecer e "fórmulas"?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou em 1997 a Resolução CFM numero 1477/97, que proibiu aos médicos a prescrição simultânea de drogas moderadoras de apetite (tipo anfetaminas), com um ou mais dos seguintes fármacos: benzodiazepínicos (calmantes), diuréticos, hormônios da tireóide, extratos hormonais e laxantes, com finalidade de tratamento da obesidade ou emagrecimento.

Leia a Resolução CFM 1477/97 na íntegra clicando aqui.

Em 1998, o Ministério da Saúde confirmou essa orientação do CFM através da aprovação da Portaria numero 344/98, que regulamentou a prescrição e venda de substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial em território nacional, incluindo os moderadores de apetite. Essa Portaria, no seu Artigo 47, especifica que é proibida a prescrição e aviamento de fórmulas contendo a associação de um moderador de apetite com calmantes, diuréticos, hormônios, extratos hormonais e laxantes. A Portaria ainda lista os compostos que são considerados moderadores de apetite, a saber: aminorex, anfepramona (ou dietilpropiona), femproporex, fendimetrazina, fentermina, mazindol e mefenorex. Essas substâncias só podem ser compradas com receita medica especifica (azul) e sua venda é fiscalizada pela Vigilância Sanitária. A Portaria também determinou que a embalagem desses medicamentos contivesse uma tarja preta contendo as frases: "Venda sob prescrição medica" e "O abuso deste medicamento pode causar dependência".

Leia a Portaria MS 344/98 na íntegra clicando aqui.

As orientações acima foram adotadas também pelos paises membros do MERCOSUL. Em 1999, o Grupo Mercado Comum (GMC) resolveu proibir a fabricação, manipulação, distribuição e comercialização de medicamentos industrializados ou preparações magistrais contendo moderadores de apetite (anorexígenos) associados entre si ou com calmantes, diuréticos, hormônios, laxantes ou qualquer outra substância medicamentosa. Essa determinação consta da Resolução MERCOSUL/GMC número 39/99, que aplica ao território de todos os paises membros do Mercado Comum do Sul.

Leia a Resolução Mercosul/GMC numero 39/99 na íntegra clicando aqui.

Outro importante documento a regulamentar o uso de moderadores de apetite pela classe medica é o Consenso Latino-Americano de Obesidade, elaborado em 1998 pelas maiores autoridades medicas latino-americanas envolvidas com esse assunto. O Consenso estabelece as seguintes diretrizes, com relação ao uso de medicações no tratamento da obesidade: a) a medicação não deve ser a única forma de tratamento; b) a medicação deve ser dirigida ao tratamento integral do paciente obeso, e não exclusivamente à redução de peso; c) sempre deve ser prescrita e observada por um medico. O Consenso também restringe o uso de "fórmulas magistrais" (manipuladas) aos paises onde não se encontra o principio ativo industrializado ou quando se pretendem utilizar doses diferentes das medicações, sendo que o seu uso deve respeitar as regulamentações e normas éticas de cada pais.

Clique aqui para acessar o Consenso Latino-Americano de Obesidade.

A própria Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) constituiu em 2000 o Grupo Assessor de Estudos sobre Medicamentos Anorexígenos, que publicou seu Parecer Técnico-Científico no Diário Oficial de 21 de julho de 2000. Este documento recomendou que fossem intensificadas as medidas de controle para evitar o uso indevido e indiscriminado desses medicamentos no Brasil, através do estabelecimento de punições aos médicos e farmacêuticos envolvidos com as más-práticas em relação ao uso de anorexígenos e fiscalização intensiva dos estabelecimentos que trabalham com essas medicações.

Leia o Parecer Técnico-Científico na íntegra clicando aqui.

Um importante passo no sentido de coibir e punir o uso indiscriminado e antiético de anorexígenos foi dado quando o Congresso Nacional aprovou uma nova Lei Antidrogas (Lei número 11.343, de 23 de agosto de 2006). Essa lei embasou muitas novas ações penais contra médicos que prescrevessem anorexígenos em doses maiores que as recomendadas e em associações proibidas.

Clique aqui para acessar o texto integral da Lei 11.343/2006.

Em 2006, a atenção da mídia e dos profissionais de saúde foi despertada com relação ao problema do uso excessivo de anorexígenos no país pela divulgação de um relatório da JIFE (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes), que atua para o Escritório Contra as Drogas e o Crime da ONU. O relatório apontou novamente o Brasil como maior consumidor mundial de drogas estimulantes utilizadas para emagrecer.

Leia sobre o Relatório da JIFE clicando aqui.

Ou, se preferir, leia o Relatório na íntegra aqui (em inglês).

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) também entrou na luta pela redução do uso dos famigerados coquetéis para emagrecer. Em 2006, especialistas da SBEM, juntamente com profissionais da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) e da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), formaram o Grupo de Especialidades para o Tratamento da Obesidade. Esse grupo de especialistas começou a apresentar e defender, junto aos órgãos oficiais, medidas para inibir o uso de "fórmulas" emagrecedoras. Uma das primeiras realizações do Grupo foi o lançamento, ainda em 2006, de uma Posição Oficial sobre a Formulação de Medicamentos, que condena a manipulação de anorexígenos juntamente com outras substâncias com finalidade de emagrecimento.

Leia a Posição Oficial da SBEM sobre Formulação de Medicamentos.

A própria Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (ANFARMAG), percebendo a importância do problema da manipulação excessiva e descontrolada de medicamentos para emagrecer, lançou em 2006 um Guia para a Farmacoterapia da Obesidade, onde propõe parâmetros éticos e seguros para o uso desses medicamentos.

Clique aqui para ler a posição da ANFARMAG sobre remédios para emagrecer.

Com base na posição dessas importantes sociedades profissionais, a ANVISA e o Ministério da Saúde finalmente reviram suas normas e regulamentos para o uso de anorexígenos, com o intuito de limitar e punir o uso irresponsável desses medicamentos. Assim, em setembro de 2007, a ANVISA lançou a Recomendação da Diretoria Colegiada número 58 (RDC 58, de 5 de setembro de 2007), onde estabelece doses máximas para cada anorexígeno e define normas mais rígidas para sua prescrição, aviamento e utilização.

Clique aqui para acessar a RDC 58/2007 da ANVISA.

A SBEM, em seguida, aprovou a vinda da nova regulamentação da ANVISA e inclusive sugeriu aos seus associados meios de denunciar profissionais que ainda insistissem em prescrever anorexígenos de forma ilegal e antiética.

Veja aqui a posição da SBEM com relação à RDC 58/2007.

Porque as "fórmulas" continuam sendo utilizadas, se são proibidas e perigosas?
Infelizmente, vivemos num mundo que é uma verdadeira fábrica de obesos. Há muita disponibilidade de alimentos saborosos, baratos e altamente calóricos, e as pessoas praticam cada vez menos atividades físicas, seja pelas características próprias do seu trabalho (mais e mais sedentário) e pela existência de varias outras formas de lazer que não exigem esforço físico (TV, cinema, jogos eletrônicos, internet etc.). Além disso, circunstâncias diversas, tais como a falta de tempo livre, a violência urbana e a ausência de espaço físico adequado acabam inibindo a pratica de atividades físicas regulares pela população. Dessa forma, muitos indivíduos com excesso de peso, seja por desinformação ou por mera comodidade, acabam recorrendo a algum tipo de solução "mágica" para o seu problema. Entretanto, como já vimos, o uso de medicações de forma isolada, sem um bom programa de reeducação alimentar e exercícios regulares, raramente resulta em beneficio real para o paciente. O uso de "fórmulas", nesse contexto, parece interessante à primeira vista para pessoas que querem perder peso "rápido e sem sacrifício", como anunciam os usuários desse tipo de tratamento. Essa procura por uma solução fácil acaba gerando uma grande procura por médicos que dêem a receita desses compostos. Mas o uso desses coquetéis, na imensa maioria das vezes, acaba produzindo mais resultados prejudiciais que benefícios.
A falta de uma fiscalização adequada e eficiente por parte da Vigilância Sanitária também facilita a ação desses profissionais inescrupulosos e mal-intencionados. Há até mesmo farmácias que vendem livremente frascos e mais frascos das famigeradas "fórmulas", sem qualquer tipo de receita medica. Mesmo na internet podem ser encontrados vários sites que prometem vender a "solução definitiva para o seu problema de peso" na forma de cápsulas ditas milagrosas. É preciso muito cuidado com essas pílulas "maravilhosas", pois o tratamento da obesidade deve obrigatoriamente passar por uma mudança de hábitos visando à promoção da saúde - um objetivo que jamais vai ser alcançado com o uso de "fórmulas".

As "fórmulas" sempre trazem escrita sua composição química?
Não. Esse é um grande problema, que dificulta muito a fiscalização da prescrição e venda desses produtos. O medico que prescreve e a farmácia que manipula as "fórmulas" sabem que essa pratica é ilegal e antiética, e, portanto fazem de tudo para ocultar a verdade.
Muitas vezes as "fórmulas" para emagrecer são vendidas com outros nomes fantasiosos, que dão a impressão, ao paciente desinformado, que se trata de um medicamento seguro e eficaz. Alguns nomes que são dados às "fórmulas" são os seguintes:
- "composto emagrecedor";
- "acelerador do metabolismo";
- "facilitador da queima de gorduras", ou "fat burner";
- "remédio natural para emagrecer", etc.
De forma geral, fique desconfiado se a receita do medico ou o frasco da medicação não contiver a exata composição química do produto. Se o medico também não da nenhuma orientação sobre alimentação e/ou exercício físico e simplesmente da uma receita de um composto com algum nome como os acima, ou que contenha varias substâncias diferentes numa mesma cápsula, você pode estar diante de uma "fórmula". Evite seu uso.
Um recurso que alguns médicos acabam utilizando é colocar o moderador de apetite em uma cápsula e todos os outros compostos (3 a 15 substâncias diferentes, indo de laxantes, diuréticos, hormônios até calmantes e vegetais diversos) em outra cápsula em separado, mas as duas cápsulas serão usadas simultaneamente. Dessa forma eles conseguem escapar à fiscalização, pois é proibida a manipulação de moderadores de apetite com qualquer outra substância das citadas acima numa mesma receita, mas não em receitas separadas. Assim sua prescrição passa a ser "legal", mas continua tendo os mesmos efeitos adversos graves e continua sendo imoral e antiética, além de perigosa e ineficaz.
Fique atento também em farmácias de manipulação que vendem livremente "compostos para emagrecer" ou "queimadores de gordura" sem receita medica, principalmente se esses remédios "milagrosos" prometerem uma perda de peso muito grande ou não trouxerem informações detalhadas sobre a sua composição química.

O que fazer se um médico me prescrever uma "fórmula"?
Não use a "fórmula" prescrita. Ela não vai resultar em nenhum beneficio palpável em longo prazo, apesar de produzir perda de peso nas primeiras semanas (uma perda que não é saudável).
Pegue a receita do medico, ou o frasco do composto, e procure a delegacia do Conselho Regional de Medicina mais próximo à sua casa. Registre uma denuncia contra o medico que prescreveu a "fórmula". Isso é ilegal. O medico vai sofrer uma sindicância no CRM e, se forem comprovadas as irregularidades, pode receber vários tipos de punição, desde uma advertência até a cassação do seu registro profissional.
Outra possibilidade é levar a receita (ou uma cópia) até um médico endocrinologista, que deve encaminhar a denúncia para a delegacia regional da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) do seu Estado.

O que fazer se uma farmácia tentar me vender uma "fórmula" ou um remédio para emagrecer sem receita medica?
O uso de "fórmulas" é ilegal, e qualquer remédio para emagrecer só pode ser vendido mediante a apresentação de receita medica. Caso uma farmácia tente vender qualquer produto para emagrecer, seja uma "fórmula", ou um "composto emagrecedor", ou um "remedinho natural", sem receita, denuncie-a ao Conselho Regional de Farmácia da sua cidade ou à Vigilância Sanitária. Se a irregularidade for confirmada, o estabelecimento pode ser multado ou mesmo interditado.

Quer dizer que não devem ser usados medicamentos para emagrecer?
Tome cuidado para não confundir as coisas! “Fórmulas” para emagrecer, contendo vários tipos de substâncias diversas, inclusive compostos que não são recomendados para perda de peso (como o hormônio tireoidiano, laxantes e diuréticos) são uma coisa. Outra coisa totalmente diferente é usar um medicamento específico para perda de peso (ou seja, uma substância apenas), em conjunto com um programa completo de reeducação alimentar, atividade física e mudança de hábitos.
Existem vários medicamentos que podem ser úteis para ajudar a perder peso, e que podem ser usados de forma segura e tranqüila, mas apenas um médico experiente e sério pode avaliar se há necessidade de medicação e qual é a mais indicada para cada caso. Uma boa dica é fugir dos “médicos da moda”, ou dos médicos que anunciam ser especializados no tratamento de obesidade mas não apresentam nenhuma qualificação, ou mesmo daqueles que sabidamente apenas prescrevem “fórmulas” sem nenhuma orientação sobre dieta ou exercício.
Você merece um tratamento sério. Não brinque com a sua saúde. Procure um médico endocrinologista que seja afiliado à Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Uma relação desses profissionais pode ser encontrada no seguinte endereço: http://www.endocrino.org.br/busca_medicos.php